Exército revê prática da gestão Bolsonaro e não pretende ‘celebrar’ golpe de 64
Warning: Trying to access array offset on value of type bool in /usr/storage/domains/i/idnews.com.br/www/wp-content/plugins/wp-social-sharing/includes/class-public.php on line 81
O Centro de Comunicação Social do Exército destacou que “em 2023, não haverá Ordem do Dia sobre o assunto.”
POLÍTICA – SEM COMEMORAÇÃO DO GOLPE DE 64
OExército Brasileiro decidiu que não irá divulgar a Ordem do Dia com nota alusiva ao 31 de março de 1964 este ano. A decisão foi divulgada pela colunista Carla Araújo, do UOL. Comandante da Força, o general Tomás Paiva, teria alegado que “o normal” seria não existir, referindo-se à mensagem tradicionalmente lida nos últimos quatro anos de governo Bolsonaro. A informação foi confirmada pelo Estadão. Em nota, o Centro de Comunicação Social do Exército destacou que “em 2023, não haverá Ordem do Dia sobre o assunto.”
A mudança também é simbólica para a nova gestão. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acabou substituindo a liderança do Exército após os atos golpistas deflagrados no dia 8 de janeiro. O general Júlio César Arruda foi exonerado após somente 23 dias no comando do Exército.
Conforme mostrou o Estadão, a demissão do comandante se deu por um acúmulo de fatores, como a recusa em permitir prisões no acampamento em frente ao Quartel General do Exército após os ataques na Praça dos Três Poderes, e sua resistência em exonerar o tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid, conhecido como “coronel Cid”.
Histórico
A mensagem divulgada pelo Exército com alusão ao golpe militar passou a ser divulgada em 2019, no primeiro ano de governo de Jair Bolsonaro. Segundo o porta-voz da Presidência da República na época, o general Otávio Santana do Rêgo Barros, o então presidente não considerava o 31 de março de 1964 como um golpe militar. Bolsonaro teria determinado ao Ministério da Defesa que fizesse as “comemorações devidas” para a data.
As alegações de Bolsonaro eram compatíveis com seu discurso sobre a ditadura militar (1964-1985). O ex-presidente ficou conhecido após proferir falas defendendo o período e homenageando o general Carlos Alberto Brilhante Ustra, uma das figuras mais opressoras do regime, chefe de operações do DOI-CODI de São Paulo, entre 1970 a 1974.
Em 2011, a então presidente Dilma Rousseff, torturada pelo regime ditatorial, orientou aos comandantes da Aeronáutica, do Exército e da Marinha a suspensão de qualquer atividade para lembrar a data nas unidades militares. Nos primeiros mandatos do governo Lula, os comunicados chegaram a ser divulgados, mas foram interrompidos em 2007.
The Brazilian Army decided that it will not release the Day Order with a note alluding to March 31, 1964 this year. The decision was disclosed by columnist Carla Araújo, from UOL. The commander of the Force, General Tomás Paiva, alleged that “the normal thing” would be not to exist, referring to the message traditionally read in the last four years of the Bolsonaro government. The information was confirmed by Estadão. In a note, the Army Social Communication Center highlighted that “in 2023, there will be no Agenda on the subject.”
The change is also symbolic for the new administration. President Luiz Inácio Lula da Silva ended up replacing the Army’s leadership after the coup acts that broke out on January 8. General Júlio César Arruda was exonerated after only 23 days in command of the Army.
As Estadao showed, the commander’s resignation was due to an accumulation of factors, such as his refusal to allow arrests at the encampment in front of the Army Headquarters after the attacks on the Praça dos Três Poderes, and his resistance to dismissing Army Lieutenant Colonel Mauro Cesar Barbosa Cid, known as “Colonel Cid”.
Background
The message released by the Army alluding to the military coup started to be released in 2019, in the first year of Jair Bolsonaro’s government. According to the spokesperson of the Presidency of the Republic at the time, General Otávio Santana do Rêgo Barros, the then president did not consider March 31, 1964, a military coup. Bolsonaro would have determined the Ministry of Defense to make the “due commemorations” for the date.
Bolsonaro’s claims were consistent with his speech about the military dictatorship (1964-1985). The former president became known after delivering speeches defending the period and honoring General Carlos Alberto Brilhante Ustra, one of the most oppressive figures of the regime, head of operations at the São Paulo DOI-CODI from 1970 to 1974.
In 2011, then-President Dilma Rousseff, who was tortured by the dictatorial regime, directed the commanders of the Air Force, Army and Navy to suspend any activities to remember the date in the military units. During the first terms of Lula’s government, the communiqués were even released, but were interrupted in 2007.
| IDNews®| Beto Fortunato | Via NBR | Estadão Conteúdo|