Irritado, Maia diz que conclusão da PF sobre ele é ‘absurda’
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Irritado, Maia diz que conclusão da PF sobre ele é ‘absurda’
E que as conclusões da Polícia Federal de que ele a apresentou em troca de doações eleitorais da OAS são “absurdas”
09JAN2017| 15:55 Folhapress
Em tom irritado, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou na tarde desta quinta-feira (9) que a emenda que fez à MP 652/2014 (Medida Provisória 652, de 2014) não visava beneficiar “A, B ou C”. E que as conclusões da Polícia Federal de que ele a apresentou em troca de doações eleitorais da OAS são “absurdas”.
“Quero deixar claro que em nenhum momento, nem com a OAS nem com empresa nenhuma, apresentei projeto que tivesse vinculação com nada. […] É importante que nesse processo todo se separe os que lesaram o erário público daqueles que exerceram seu mandato sem nenhum tipo de vinculação ou troca, que é o meu caso”, disse o deputado, em pronunciamento feito a jornalistas no Salão Verde da Câmara.
A emenda apresentada pelo deputado estabelecia isonomia de impostos e taxas entre aeroportos administrados pelo Estado e concedidos à iniciativa privada. A OAS faz parte do consórcio Invepar, que desde 2012 administra o aeroporto internacional de Guarulhos, o maior do país.
“A emenda que apresentei não beneficiava ninguém, apenas gerava isonomia na hipótese de um aeroporto privado ser autorizado em cima de aeroportos concessionados, nada mais do que isso. Isso poderia acontecer no Rio, poderia acontecer em São Paulo, Natal. A única coisa que minha emenda garantia a era uma isonomia e entre o sistema, não estava beneficiando A, não beneficiava B ou beneficiava C.”
Antes de seu pronunciamento, a reportagem procurou Maia, por meio de sua assessoria, para falar sobre a emenda. A assessoria afirmou que seu objetivo era estabelecer isonomia entre os concorrentes e que, na época, o deputado conversou com várias empresas e associações do setor, inclusive a OAS. Mas negou qualquer relação entre a emenda e doações eleitorais feitas pela empreiteira a seu pai, Cesar Maia, na ocasião candidato ao Senado.
“Vamos atrás daquele que vazou [o inquérito da PF], já temos algum sinais da onde veio o vazamento, vamos atrás disso, se o [Luiz Edson] Fachin quisesse que o inquérito fosse público seria público, pra mim não tem nenhum problema”, afirmou o deputado, criticando o trabalho da delegada da PF que teria conduzido o inquérito. Ele não citou nomes.
Maia disse ter convicção de que o Ministério Público ou a Justiça vão reparar o trabalho da PF.
“A história das pessoas está sendo destruída de forma absurda sem nenhuma preocupação. Não sou contra nenhuma investigação aberta, mas contra vazamento ilegal. […] Confio na Justiça, mas não posso concordar ou aceitar que vazamentos feitos de última hora, ilegais, possam atingir a honra, a família a imagem das pessoas”, disse Maia, em tom emocionado.
“Quero deixar claro que não há nenhuma relação com o que fiz aqui no mandato parlamentar com uma doação registrada na Justiça Eleitoral ao [candidato a] senador Cesar Maia. […] A Procuradoria-Geral da República e a Justiça vão reparar esse dano absurdo”, disse o deputado, acrescentando ser preciso separar os políticos de bem daqueles “que assaltaram os cofres públicos”. Com informações da Folhapress.