FBI investiga ligações automáticas que pedem a eleitores que fiquem em casa
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FBI investiga ligações automáticas que pedem a eleitores que fiquem em casa
| IDNews® | São Paulo | Folhapress | Via Notícias ao Minuto |Brasil|
Foram feitas mais de 10 milhões dessas chamadas nos Estados Unidos
ÏDN – INTERNACIONAIS
O FBI (a polícia federal dos EUA) está investigando uma série de ligações automáticas pedindo às pessoas que fiquem em casa no dia da eleição presidencial.
Segundo o jornal The Washington Post, foram feitas mais de 10 milhões dessas chamadas pelo país. Autoridades estaduais e locais dos EUA acreditam que elas sejam parte de pelo menos duas ações coordenadas de ligações automáticas e que sejam discadas no exterior, ainda que sua origem não esteja clara. O FBI não comentou sobre a investigação.
Segundo Giulia Porter, vice-presidente da empresa RoboKiller -que combate o telemarketing e ligações automáticas- as chamadas foram feitas milhões de vezes nos últimos 11 meses ou mais, e na terça-feira (3) saltaram para a quinta posição na lista das principais ligações de spam.
Houve ainda ações locais nos estados que parecem ter objetivos similares. No Michigan, uma ligação automática na cidade de Flint pedia às pessoas que votassem na quarta-feira (4) para evitar filas longas -o que, na prática, faria com que elas perdessem o prazo para votar.
A governadora do estado, Gretchen Whitmer, prometeu tomar providências, e a procuradora-geral do Michigan, Dana Nessel, se manifestou no Twitter. “Obviamente isso é FALSO e uma tentativa de suprimir votos. Não caiam nessa”, escreveu.
A CNN informou que um de seus funcionários da região de Atlanta recebeu uma dessas ligações, e um dos organizadores da eleição no estado de Nabraska está alertando eleitores para desconsiderar o telefonema. Ainda segundo a CNN, o número de origem parece ser falso, indicando que o responsável pelas ligações alterou os dados.
Em Nova York, a procuradora-geral do estado, Letitia James, já despachou intimações para investigar a origem das chamadas.
As ligações vêm na esteira de uma série de tentativas de interferência na eleição do país. Em outubro, eleitores cadastrados na lista de emails do Partido Democrata em ao menos quatro estados receberam mensagens ameaçadoras (“Vote em Trump ou iremos atrás de você”).
Os emails foram disparados de servidores na Estônia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Segundo autoridades de segurança nacional do governo americano, eles seriam de autoria do Irã e da Rússia, e teriam aproveitado uma falha no site do Partido Democrata que os permitiu ter acesso à lista de contatos.
Para além disso, o próprio Partido Republicano admitiu ter distribuído urnas falsas na Califórnia, também em outubro, como tentativa de ludibriar os eleitores que fossem votar com antecedência.
O voto nos Estados Unidos não é obrigatório, e um dos maiores desafios dos candidatos é motivar os eleitores para saírem de casa. No mesmo sentido, tem se tornado cada vez mais comum que grupos partidários busquem desestimular potenciais eleitores adversários a irem até as urnas, seja de forma oficial, com exigências que dificilmente podem ser cumpridas, ou com esquemas de intimidação. O problema é conhecido nos EUA como supressão de voto.
As ligações automáticas também são um dilema nacional: apenas em outubro, os americanos receberam quatro bilhões de chamadas de robôs em todo o país.