É o tal do voto eletrônico, diz Bolsonaro ao ironizar suspensão das prévias do PSDB
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O PSDB ainda não determinou quando a votação será retomada
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ironizou a suspensão das prévias do PSDB entre os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS), além de Arthur Virgílio, ex-prefeito de Manaus (AM), causada por falhas do aplicativo de votação destinado aos filiados e vereadores tucanos.
“Viu a confusão ontem? Não vou falar nisso porque não tenho nada a ver com outro partido, mas deu uma confusão em São Paulo ontem. É o tal do voto eletrônico, aí”, disse o presidente a apoiadores nesta segunda-feira (22), em frente ao Palácio da Alvorada.
O PSDB ainda não determinou quando a votação será retomada -há impasse entre os concorrentes sobre a definição de uma nova data.
Depois de os três candidatos das prévias afirmarem que desejam concluir nesta semana a votação, as empresas de tecnologia envolvidas no processo trabalham para cumprir essa meta. A ideia seria abrir um dia de votação para os tucanos com mandato e um ou mais dias para os tucanos filiados. A decisão final, porém, deve ser tomada após novas reuniões com representantes dos candidatos.
Bolsonaro não mencionou o PSDB ou o nome dos candidatos ao ironizar a “confusão”. O presidente estava ao lado do jogador de vôlei Maurício Souza, demitido do Minas Tênis Clube após publicar mensagens homofóbicas em seus perfis nas redes sociais.
A votação do PSDB ocorreria das 7h às 15h de domingo (21), foi ampliada até as 18h e terminou suspensa.
A avaliação geral é de que as dificuldades no aplicativo prejudicaram a imagem do PSDB -as prévias, antes uma iniciativa inovadora, se tornaram um vexame colocado na conta da direção nacional, que bancou a ferramenta.
O aplicativo custou mais de R$ 2 milhões ao PSDB, mas os gastos das prévias são maiores, chegando a R$ 9 milhões -incluem a realização de evento em Brasília, neste domingo, e a verba para cada campanha, que foi de mais de R$ 1 milhão.
Há ainda as passagens e hospedagens para que prefeitos de todo o Brasil fossem à capital federal.
Bolsonaro chegou a promover atos de raiz golpista no feriado de Sete de Setembro para defender, entre outras pautas, a adoção do voto impresso.
Mas o presidente modulou o discurso e passou a afirmar aos apoiadores que as eleições de 2022 são confiáveis, pois o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) criou um grupo, que inclui as Forças Armadas, para fiscalizar o processo eleitoral.
Na mesma fala aos apoiadores, Bolsonaro voltou a defender a candidatura do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, ao governo de São Paulo em 2022. Também elogiou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).
Bolsonaro ainda criticou a proposta de adoção do semipresidencialismo, bandeira do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
“Tem certas coisas que são tão idiotas que naõ dá nem para discutir”, disse o presidente. “Se for levar ao pé da letra o semipresidencialimo ou outro regime parecido, eu teria poder de dissolver o Congresso”, afirmou Bolsonaro.
URNAS ELETRÔNICAS
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) iniciou nesta segunda-feira (22) um teste de segurança das urnas eletrônicas a fim de identificar possíveis vulnerabilidades do sistema de votação.
Até a próxima sexta-feira (26), 26 investigadores irão colocar em prática 29 planos de ataques para avaliar a segurança dos equipamentos. O presidente da corte, ministro Luís Roberto Barroso, classificou os participantes como “hackers do bem” e disse que o objetivo é “aprimorar os sistemas mediante ataques de pessoas físicas”.
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