Moro pede ao STF que analise críticas de Bolsonaro por sua atuação junto ao Coaf
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O requerimento foi enviado ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes
Pivô do inquérito que investiga se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal, o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a análise de declarações recentes em que o chefe do Executivo reclama dele por não ter atuado junto ao antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e à Receita Federal para evitar investigações.
O requerimento foi enviado ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação, que na semana passada rejeitou uma investida do ex-juiz para anular o depoimento de Bolsonaro no caso.
A defesa de Moro diz que o presidente aborda ‘pontos que são de relevância para as investigações’ e que o material deve ‘contribuir para a instrução’ do inquérito.
Em entrevista concedida ao jornal Gazeta do Povo nesta quarta-feira, 8, Bolsonaro negou ter pedido ao então ministro para ser blindado, mas em seguida critica Moro por não ter agido a favor dele e de seus familiares.
“Esse cara não fez absolutamente nada para que Coaf, para que Receita, não só bisbilhotasse a minha vida, como a de milhares de brasileiros. Que isso nos atrapalha. Você pode investigar o filho do presidente? Pode. A mulher do presidente? Pode. Mas investiga legalmente, com uma acusação formal. O próprio presidente, eu posso ser investigado, sem problema nenhum, mas não dessa forma como eles fazem”, afirmou na entrevista.
Bolsonaro também disse que chegou a cobrar de Moro investigações sobre políticos de oposição, mas as ações do então ministro eram ‘direcionadas’ contra os aliados do governo. “Eu queria mandar ele embora lá atrás, mas como ele tinha um prestígio muito grande, ficava difícil você ter de justificar a demissão”, disse o presidente.
Em depoimento à Polícia Federal no mês passado, Bolsonaro admitiu que pediu trocas na diretoria-geral e nas superintendências da Polícia Federal, mas negou que tivesse a intenção de obter dados sigilosos de investigações. O presidente também afirmou que viu necessidade em mudar a chefia da corporação, então a cargo do delegado Maurício Valeixo, para ter ‘maior interação’.
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