Politica

Para eleitores, Lula defende pobres, e Bolsonaro se guia pela religião, diz Datafolha


Warning: Trying to access array offset on value of type bool in /usr/storage/domains/i/idnews.com.br/www/wp-content/plugins/wp-social-sharing/includes/class-public.php on line 81

O petista é tido como a melhor opção para enfrentar a fome e o desemprego, além de cuidar da saúde, da educação e da segurança, entre outros pontos, de acordo com o levantamento do instituto


A maioria dos brasileiros considera o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o mais preparado entre os presidenciáveis para lidar com os principais problemas que hoje afetam o país, segundo pesquisa Datafolha.

O petista é tido como a melhor opção para enfrentar a fome e o desemprego, além de cuidar da saúde, da educação e da segurança, entre outros pontos, de acordo com o levantamento do instituto.

Já o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem forte aliança com alguns dos principais líderes evangélicos do país, é visto como o pré-candidato que mais pensa em Deus na hora de tomar decisões, além de liderar em um item pouco atrativo para um político: é considerado o que mais defende os ricos.

Os resultados constam de pesquisa feita pelo instituto com 3.666 pessoas em 191 municípios do país, entre 13 e 16 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O Datafolha colocou 14 questões específicas aos entrevistados e pediu que dissessem qual candidato estaria mais preparado para lidar com elas.

Líder na pesquisa, com 48% das intenções de voto, Lula tem ampla vantagem com relação aos temas sociais, que sempre estiveram fortemente associados à sua imagem e à de seu partido.

Ele é considerado o que mais defende os pobres por 65% dos entrevistados, patamar bem distante dos 17% que atribuíram a Bolsonaro liderança nesse quesito.

Criador do Bolsa Família, Lula também é considerado o mais preparado para combater a fome por 58%, ou três vezes os 19% que acham que Bolsonaro é o que melhor lida com esse problema.

Da mesma forma, Lula é visto como o mais forte para reduzir o desemprego por 51% dos pesquisados, contra 19% para o atual presidente, e o mais preparado para fazer o Brasil voltar a crescer (47% para o petista e 21% para Bolsonaro).

O petista terminou seu segundo mandato, em 2010, com uma situação próxima do pleno emprego e crescimento do PIB superior a 7%. Desde então, a situação econômica se deteriorou, num processo que começou no mandato de Dilma Rousseff (PT) e prossegue até hoje.

Lula também tem ampla vantagem sobre o atual presidente quando a pergunta é sobre o mais preparado para cuidar de temas como educação (44% a 19%), saúde (45% a 19%), combate ao racismo (47% a 18%) e meio ambiente (43% a 18%). Também é visto como o candidato mais experiente por 55%, contra 19% de Bolsonaro.

As margens favoráveis ao petista se estreitam um pouco em temas mais associados a Bolsonaro, embora ainda assim Lula tenha vantagem.

Ele é visto como o mais preparado para enfrentar a violência por 38%, contra 24% que optam por Bolsonaro nesse item.

O atual presidente, capitão reformado do Exército, construiu sua carreira com discurso de combate duro aos criminosos, frequentemente desprezando o respeito aos direitos humanos de acusados de cometerem delitos.

Lula também lidera como o pré-candidato que mais defende os valores da família brasileira, um tema normalmente associado à direita. Ele reúne visões favoráveis de 41% dos entrevistados com relação a esse ponto, contra 33% de Bolsonaro.

Os valores da família, geralmente defendidos por grupos como evangélicos, incluem a oposição a bandeiras progressistas como a ampliação do direito ao aborto, casamento gay e a chamada identidade de gênero.

Em uma das áreas mais delicadas para o petista, a do combate à corrupção, ele é visto como o mais preparado por 34% dos entrevistados. No governo Lula, eclodiram escândalos como o do mensalão e o dos aloprados, além de terem ocorrido fatos que seriam descobertos anos depois pela Lava Jato.

Bolsonaro, que costuma pregar a inexistência de corrupção em seu governo, é apontado como o mais preparado para lidar com essa questão por 22%. No atual governo, no entanto, surgiram casos como o da rachadinha, que afeta diretamente a família presidencial.

O atual presidente é mencionado por 34% dos entrevistados pelo Datafolha como político que mais pensa em Deus, contra 30% que atribuem essa característica a Lula. A diferença fica no limite da margem de erro.

Bolsonaro também é visto como o maior defensor dos ricos para 56% dos pesquisados, enquanto Lula é citado por 12%.

Terceiro colocado na pesquisa, o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), previsivelmente, obtém seus melhores resultados em perguntas sobre as duas principais áreas relacionadas à sua biografia.

Ele é considerado o mais preparado para combater a corrupção por 18% dos entrevistados, e o mais adequado para enfrentar a violência por 16%. Quando ministro da Justiça de Bolsonaro, Moro enviou ao Congresso um pacote com diversas medidas de combate à criminalidade, incluindo o polêmico excludente de ilicitude, que dificultava a punição de policiais que matassem suspeitos de crimes.

Ciro Gomes (PDT) obtém seu melhor resultado na pergunta sobre quem é o mais preparado para cuidar da educação, recebendo menção de 8% dos entrevistados. Nessa área, ele tem realizações a mostrar, pois os índices de aprendizado no Ceará, sua base política, reconhecidamente estão entre os melhores do país.

Já o tucano João Doria destaca-se na área da saúde, em que 6% o avaliam como mais preparado. Isso é provavelmente reflexo de seu esforço para antecipar a vacinação contra a Covid-19 no Brasil.

Por outro lado, ele é tido como candidato dos ricos por 11% dos entrevistados, resultado de seu passado de empresário.

O Datafolha também pediu aos entrevistados que atribuíssem nota de 0 a 10 sobre a importância que davam a determinados assuntos. Temas como cuidar da educação, saúde, meio ambiente e defender os pobres receberam notas superiores a 9.

Os pontos que receberam as menores notas foram defesa dos valores da família pelo presidente (8,8), pensar em Deus na hora de tomar decisões (8,5) e defender os mais ricos, num distante último lugar (3,2).

| IDNews® | Folhapress | Via NMBR |Brasil

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *