Proposta petista de revogar reforma trabalhista anima PSOL após decepção com Lula-Alckmin
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O PSOL tende a apoiar Lula em 2022, mas enfatiza que o programa de governo do PT precisa mostrar compromisso com bandeiras da sigla de Guilherme Boulos.
Em meio à frustração com a aproximação entre Lula (PT) e Geraldo Alckmin, lideranças do PSOL dizem ter se animado com a discussão que o PT tem feito internamente e publicamente a respeito da revogação da reforma trabalhista no Brasil.
O PSOL tende a apoiar Lula em 2022, mas enfatiza que o programa de governo do PT precisa mostrar compromisso com bandeiras da sigla de Guilherme Boulos. Uma alternativa seria lançar um nome próprio, o que hoje é considerado improvável.
“Vi com bons olhos esse passo. É fundamental revogar a reforma. Ela é um desastre, não gerou empregos e precarizou o trabalho. Temos um nível de informalidade que é recorde no Brasil e isso é resultado da reforma. A Espanha mostrou que é possível, e é importante que a revogação esteja no programa de reconstrução nacional”, diz Boulos, que é pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PSOL.
“O que o PSOL quer é discutir é justamente um programa que revogue os retrocessos feitos no Brasil nos últimos anos. A reforma trabalhista e também o teto de gastos, um tema-chave para retomar o investimento público no Brasil: no SUS, em Educação, Ciência”, completa.
O líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) destaca que, na Espanha, onde a revisão da reforma trabalhista tem inspirado Lula e outras lideranças petistas, o acordo saiu de compromisso entre PSOE, do presidente do governo Pedro Sánchez, com Unidas Podemos, “que está mais à esquerda”.
Ele também cita a chamada “Geringonça”, que uniu as esquerdas em Portugal, como exemplo.
“A aliança precisa se dar por compromissos programáticos. A discussão não pode ser só de ganhar as eleições. Precisamos ganhar e convencer a população de um programa para reconstruir o Brasil. Não é só derrotar Bolsonaro. É derrotar a agenda dele. Vi como um excelente começo a sinalização pela revogação da reforma trabalhista”, conclui Boulos.
“Para tirar o Brasil da crise, interesses poderosos terão de ser contrariados. Não há mais espaço para que todos ganhem. E para fazer esse omelete será necessário quebrar ovos. Isso começa revendo as maldades que foram promovidas por Michel Temer e Jair Bolsonaro”, afirma Juliano Medeiros, presidente do PSOL.
Ivan Valente (SP), deputado federal pela sigla, argumenta no mesmo sentido.
“O PT, como partido do Lula, que tem as melhores chances de chegar à Presidência, tem que fazer sinalizações para a esmagadora maioria dos trabalhadores. Isso significa também estar ao lado daqueles que sempre defenderam a não retirada de direitos. Temos tido uma saraivada de retirada de direitos no Brasil. É uma sinalização muito positiva”, afirma o parlamentar.
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