Policial civil morre em frente a delegacia em Guarujá após briga com PMs
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O crime ocorreu após uma briga com policiais militares.
O policial civil Eduardo Antonio Brazolin, 64, foi morto em frente da Delegacia Sede de Guarujá, na Baixada Santista, no litoral paulista, na madrugada da última segunda-feira (28). O crime ocorreu após uma briga com policiais militares.
A vítima havia ido à delegacia com o filho após este relatar que fora parado por dois PMs na praia da Enseada. Na abordagem, um dos policiais teria feito referência a Brazolin, dizendo não ter medo dele.
O episódio levou o policial civil a decidir registrar uma queixa de ameaça contra ele e o filho.
Segundo o depoimento de uma testemunha, o policial civil estava enfurecido e, quando deixava a delegacia, dirigiu-se aos dois PMs responsáveis pela abordagem.
O bate-boca resultou em uma briga envolvendo Brazolin, o filho e cinco PMs, entre os quais os dois presentes da abordagem na Enseada. Um dos policiais militares tentou imobilizar o policial civil e, nesse momento, houve os disparos.
Dois PMs confirmaram ter efetuado tiros de fuzil, sendo um deles, um tenente. O policial civil morreu no local.
Na confusão, um PM foi baleado no ombro. Seu estado de saúde não foi divulgado. Os policiais militares contaram que utilizavam câmeras acopladas na farda.
Brazolin trabalhava no 97° DP (Americanópolis), na zona sul da capital paulista, e morava em Guarujá.
Ele já havia registrado boletins de ocorrência e formalizado denúncia na Ouvidoria da Polícia contra ao menos um dos PMs envolvidos tanto na confusão em frente à delegacia quanto na abordagem ao filho na Enseada.
Segundo outro filho de Brazolin, o advogado Eduardo Diogo Cardoso, 28, dois PMs que participaram da briga na porta da delegacia de Guarujá perseguiam o pai.
Isso ocorreria por que o policial civil teria presenciado essa mesma dupla de PMs supostamente adulterando a cena de um crime –a morte de um amigo dos filhos, em 2020, em uma suposta troca de tiros.
A partir daquele momento, segundo o advogado, sua família passou a ser alvo constante dos policiais militares por meio de abordagens, ameaças e falsas acusações de crimes.
Dias depois da morte do amigo do filho, Brazolin apresentou uma queixa de ameaça. Ele também procurou a Ouvidoria da Polícia.
À reportagem, o ouvidor da polícia, Elizeu Soares Lopes, informou que o órgão acompanha o caso desde quando Brazolin formalizou a queixa e que deve receber familiares do policial nos próximos dias. Segundo o ouvidor, documento elaborado pela ouvidoria foi enviado, à época, para a Corregedoria da PM.
Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que “todas as circunstâncias relacionadas aos fatos estão sendo apuradas pela Delegacia de Guarujá, que instaurou inquérito policial”.
“As armas dos policiais envolvidos na ocorrência foram apreendidas e encaminhadas à perícia. A Polícia Militar também investiga os fatos por meio do Inquérito Policial Militar”, disse a pasta.
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