Modelagem em argila é usada como estímulo para educação científica na escola
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Modelagem em argila é usada como estímulo para educação científica na escola
Pesquisa de mestrado desenvolvida em parceria com o CDMF aplicou oficinas de modelagem em argila para alunos do ensino fundamental em Catalão-GO
13NOV2016| 8:32 José Angelo Santilli
A pesquisa em educação é uma das importantes frentes de estudo desenvolvidas no Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID), financiados pela FAPESP. Desde a década 90, a equipe de pesquisadores do Centro desenvolvem pesquisas no campo experimental, aplicando em escolas e comunidades projetos que tragam um ensino mais lúdico e atrativo.
Um trabalho de mestrado intitulado “O ludo e a ciência dos materiais cerâmicos: Construindo conhecimento científico com alunos do Ensino Fundamental” desenvolvido na Universidade Federal de Goiás-Regional Catalão (UFG-RC), em parceria com o Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), produzido pela aluna Eloah da Paixão e orientado pela professora Maria Fernanda do Carmo Gurgel, levou aos alunos do ensino fundamental do Colégio Nacional “Dr. Jamil Sebba”, em Catalão (GO) a modelar a argila com a finalidade de transmitir conceitos sobre ciência de materiais.
A professora Gurgel explica que a pesquisa tem como foco trabalhar no ensino fundamental o conhecimento científico vinculado ao conhecimento popular, empregando a temática dos materiais cerâmicos e o cotidiano.
O trabalho se baseou em uma proposta antiga desenvolvida e aplicada pelo Elson Longo, diretor do CDMF, e do professor Antonio Carlos Hernandes. A pesquisa foi dividida em duas etapas: a primeira, uma aula teórica em slides abordando o uso do barro até a aplicação na nanotecnologia. Em outro momento, foram realizadas oficinas em sala de aula em que os alunos foram estimulados a fazer objetos modelando a argila após assistirem a um vídeo sobre o tema “Modelando a argila para o ensino básico” elaborado e disponibilizado no Youtube pela mestranda.
Na segunda etapa do trabalho, a temática da argila foi colocada em um jogo educativo de tabuleiro online, o Ludo Educativo Cerâmica, em que o jogador responde questões relacionadas à ciência de materiais, com ênfase em cerâmica.
O trabalho venceu por dois anos seguidos a premiação regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em Goiás. Em 2014 e 2015 a equipe de pesquisadores recebeu o terceiro lugar na área de conhecimento de Ciências Exatas, no I e II prêmio como os trabalhos intitulados “O ludo e a ciência dos materiais cerâmicos: construindo conhecimento científico com alunos do ensino fundamental” e “A modelagem em argila aplicada no ensino médio para introduzir o conhecimento científico abordando a temática de materiais cerâmicos e o cotidiano”, respectivamente
O objetivo do projeto, que ao todo durou 2 anos, foi inovar e estimular o aluno a assumir uma posição de interesse e curiosidade – gerando um processo de emancipação do aprendizado. “As aulas teóricas e as oficinas de modelagem em argila foram interativas e dinâmicas motivando a turma em aprender e a fazer ciências. Eles mostraram muito interesse pelo processo e, no fim do projeto, pediram até para voltarmos na escola mais uma vez. Esta primeira etapa do trabalho contou também com a contribuição da professora Maria Rita de Cássia Santos da UFG Catalão, além da parceria do professor Elson Longo”, comentou Gurgel.
O projeto de educação científica utilizando a cerâmica é uma iniciativa antiga do professor, que já desenvolviam trabalhos com modelagem em argila no ensino desde a década de 90. A argila foi a primeira matéria prima que o homem manipulou para fazer produtos domésticos. O CDMF já vem estudando este tema há 25 anos, mostrando a sua importância no ensino básico e fundamental, bem como com os artesãos do país”, disse.
Sobre o CDMF
Além do apoio da FAPESP, o CDMF também recebe investimento do CNPq, a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN), integrando uma rede de pesquisa entre Universidade Estadual Paulista (UNESP), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade de São Paulo (USP) e Instituto de Pesquisas Energéticas, Cerâmica Catalão-GO, Departamento de Química- UFG-RC, CAPES e Nucleares (Ipen).
Crédito imagens: Divulgação/CDMF
Informações
Fernanda Vilela – Assessora de Comunicação e Imprensa do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF)