Ataque terrorista a hotel na Somália deixa reféns e ao menos 13 mortos
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Os agressores abriram o caminho para o hotel Hayat na noite de sexta (19) com o uso de dois carros bomba.
Ao menos 13 pessoas foram mortas em Mogadício, capital da Somália, após militantes ligados ao grupo terrorista Al Qaeda atacarem um hotel, capturando reféns que as autoridades locais tentavam libertar quase 20 horas depois do início do episódio, disse uma autoridade da área de segurança do país neste sábado (20).
Os agressores abriram o caminho para o hotel Hayat na noite de sexta (19) com o uso de dois carros bomba. Depois, abriram fogo. Membros da facção terrorista Al Shabab reivindicaram a autoria da ação, de acordo com uma tradução do SITE Intelligence Group, que monitora declarações de grupos jihadistas.
“Recebemos a informação de que a morte de mais cinco vítimas foi confirmada e o número total de civis mortos pelos terroristas agora é de 13”, afirmou Mohamed Abdikadir à AFP.
“As forças de segurança resgataram dezenas de pessoas, incluindo crianças que ficaram presas no prédio”, acrescentou Abdikadir.
As explosões geraram grandes colunas de fumaça na noite de sexta, e o som de tiros estalava na capital somali por volta das 10h deste sábado (4h no horário de Brasília). Assim, o barulho das detonações marcou a noite e a madrugada, enquanto as forças do governo tentavam recuperar o controle do local.
Os atiradores mantiveram um número desconhecido de reféns no segundo andar do edifício e destruíram algumas das escadas para dificultar o acesso.
O ataque iniciado na sexta é o primeiro de grandes proporções desde que o presidente Hassan Sheikh Mohamud reassumiu o poder, em maio. O Al Shabab tenta derrubar o governo somali há mais de dez anos para tentar implementar um regime baseado numa interpretação radical das leis islâmicas.
O Hayat é um local popular entre congressistas e membros do governo e do Exército. Não há até agora informações se algum deles foi detido ou morto pelos terroristas.
Dezenas de pessoas se concentraram nos arredores do hotel para tentar saber o que aconteceu com familiares ou amigos que permaneceram nas instalações.
“Buscávamos uma familiar que ficou no hotel. Confirmaram que ela está morta”, disse Muudey Ali à AFP.
Tropas dos EUA voltaram ao país O ataque ao hotel Hayat ocorre três dias depois de os Estados Unidos anunciarem que mataram, em um ataque aéreo, 13 milicianos do Al Shabab que lutavam contra as forças somalis em torno de Teedaan, cerca de 300 quilômetros ao norte de Mogadíscio e perto da fronteira com a Etiópia.
Na semana passada, militares dos EUA haviam relatado outro ataque que matou quatro militantes do grupo na mesma região.
O presidente Joe Biden decidiu em maio restaurar a presença militar dos EUA na Somália, revertendo a decisão de seu antecessor, Donald Trump, que havia ordenado a retirada das tropas.
Jihadistas realizaram ataques ao longo da fronteira entre a Etiópia e a Eritreia nas últimas semanas, levantando questões sobre uma possível mudança de estratégia.
Militantes do Al Shabab foram expulsos de Mogadíscio em 2011 por uma força da União Africana, mas ainda controlam grandes áreas do território e são capazes de ações mortais contra alvos civis e militares.
O novo presidente da Somália disse no mês passado que os militantes não poderiam ser derrotados apenas com força militar, mas especificou que ainda não era hora de enfrentar uma negociação.
No início deste mês, o primeiro-ministro da Somália, Hamza Abdi Barre, nomeou Muktar Robow, ex-líder e porta-voz do Al Shabab, como ministro da religião.
Robow, 53, desertou das fileiras islâmicas em 2017. O governo dos EUA havia colocado uma recompensa de US$ 5 milhões por sua cabeça.
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