PF encontra mensagens de Aras em celulares de empresários bolsonaristas, diz site
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Considerando que Aras também é o procurador-geral eleitoral, tal revelação pode causar constrangimentos a ele
Os celulares de empresários apreendidos em uma operação da Polícia Federal (PF) de busca e apreensão em endereços ligados a oito empresários bolsonaristas continham troca de mensagens com o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, informou o site Jota na terça-feira, 23, citando fontes da PF, do Ministério Público Federal (MPF) e do Supremo Tribunal Federal (STF). Considerando que Aras também é o procurador-geral eleitoral, tal revelação pode causar constrangimentos a ele.
A operação de terça-feira determinou, além da apreensão dos celulares de oito empresários bolsonaristas, a quebra do sigilo bancário e telemático (de mensagem) dos empresários, o bloqueio de contas e suspensão de seus perfis nas redes sociais.
De acordo com o Jota, nas mensagens haveria críticas à ação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e comentários sobre a candidatura de Jair Bolsonaro à reeleição.
A PGR alega que a operação, aberta por determinação de Alexandre de Moraes ao acolher representação da Polícia Federal, não foi informada ao órgão antes de ser iniciada. Fontes próximas ao ministro do STF afirmam que a PGR foi informada da operação um dia antes de ela ocorrer.
O empresário Meyer Nigri é fundador e controlador da empresa do setor imobiliário Tecnisa. Ele é amigo pessoal de Bolsonaro e foi um dos primeiros empresários de expressão nacional a apoiar o presidente, ainda na campanha de 2018. De lá para cá, Nigri ganhou trânsito livre em Brasília e articulou propostas.
Nigri também é amigo de Aras e foi citado pelo procurador-geral em seu discurso de posse. “Não posso deixar de cumprimentar um amigo de todas as horas neste momento em que vivenciamos. E faço uma homenagem especial ao amigo Meyer Nigri, em nome de quem cumprimento toda a comunidade judaica, que comemorou 5.780 anos nos últimos dias”, disse Aras na ocasião.
Em 2020, Nigri foi contaminado pelo coronavírus em um jantar com amigos do presidente Jair Bolsonaro na Embaixada de Israel, em Brasília. Ele ficou 160 dias internado, 16 dias completamente sedado, com a ajuda de aparelhos para respirar. Quando saiu, pesava 38 quilos a menos. O empresário saiu do hospital de cadeira de rodas e fez sessões de fisioterapia para voltar a andar.
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