Ciclone põe em perigo maioria das cidades gaúchas e 1/4 das catarinenses
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O alerta é do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia)
Até as 10h desta quinta-feira (13), 343 dos 497 municípios do Rio Grande do Sul estão sob “grande perigo” de sofrer os efeitos de tempestade e vendaval, em conjunto ou isoladamente, em razão da passagem de um ciclone extratropical pelo litoral do sul do país. O alerta é do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
Apenas municípios do extremo norte e noroeste do Rio Grande do Sul não estão sob alerta vermelho do instituto, que abrange ainda municípios de Santa Catarina -quatro têm grande risco de registrar tempestade e 76, vendaval. Ao todo, o ciclone deixa em alerta 69% dos municípios gaúchos e 25% dos catarinenses.
O alerta indica risco potencial de chuva superior a 60 milímetros por hora ou acima de cem milímetros ao dia, o que pode causar alagamentos e transbordamentos de rios e deslizamentos de encostas. O de vendaval indica rajadas de vento variando acima de 100 km/h, com grande risco de danos em edificações, corte de energia elétrica, de queda de árvores e transtornos em rodovias, além de danos em plantações.
A indicação do Inmet não significa necessariamente que esses índices de chuva e vento irão se confirmar. Na sexta-feira passada (7), por exemplo, o instituto pôs em alerta vermelho 99 municípios do RS até o meio-dia de sábado (8), mas a chuva atingiu o estado com menos força do que o esperado.
Nesta semana, porém, as previsões meteorológicas de muita chuva e vento vêm se confirmando desde a madrugada desta quarta (12), antes mesmo da formação do ciclone. Por volta das 5h30, municípios da região dos vales foram atingidos por chuva de granizo. Em Vera Cruz, no Vale do Rio Pardo, 3.000 residências foram danificadas por pedras de gelo e o município decretou emergência.
Em boletim divulgado no final de tarde quarta-feira, a Defesa Civil registrou estragos em 14 municípios.
No oeste de Santa Catarina foi registrada uma microexplosão em Herval d’Oeste, fenômeno em que a nuvem não suporta o peso da água e desaba, provoca uma corrente de vento vertical para baixo. Um galpão ficou destruído, mas não houve vítimas.
No final de tarde desta quarta-feira, o governador em exercício Gabriel Souza (MDB) anunciou a suspensão das aulas em toda a rede estadual de ensino nesta quinta-feira. Em Porto Alegre, a rede municipal também anunciou a suspensão das aulas, mas as escolas serão abertas caso haja necessidade de acolher os alunos para que os pais trabalhem.
Na região metropolitana, Novo Hamburgo, São Leopoldo e Canoas (esta, no turno da manhã) também suspenderam aulas nas redes municipais. O mesmo foi anunciado por 19 municípios do litoral gaúcho.
As Defesas Civis dos municípios se preparam caso haja necessidade de abrigar pessoas. Em Porto Alegre, onde deve chover ao menos ao longo de toda a quinta-feira, o ginásio da Associação dos Servidores do Departamento Municipal de Habitação, no bairro Santana, será usado para acolher possíveis desabrigados. O local foi mobiliado com camas fornecidas pelo Exército, além de cobertores, roupas e refeições do serviço de assistência social da prefeitura.
O ciclone previsto para as próximas horas ocorre praticamente um mês depois de outra formação semelhante atingir o Rio Grande do Sul. O volume imenso de chuva matou 16 pessoas em oito municípios, o que foi classificado pelo governo como a maior tragédia natural do estado. Desta vez, a previsão é que o volume de chuva seja menor, mas tenham mais rajadas de vento.
Na sexta-feira, quando a chuva se dissipar, a previsão meteorológica é que as temperaturas caiam em todo o território gaúcho, com possibilidade de neve na serra gaúcha e termômetros próximos de zero grau.
|IDNews® | Folhapress | Beto Fortunato |Via NBR | Brasil