Universidades recorrem à tecnologia para evitar fraudes em avaliações
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Na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), um banco de questões distribui perguntas aleatoriamente para que os alunos façam provas distintas, aplicadas simultaneamente nos computadores dos polos presenciais.
A tecnologia, que potencializa a chance de fraudes em avaliações acadêmicas, também é usada como forma de combater colas e plágios.
Na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), um banco de questões distribui perguntas aleatoriamente para que os alunos façam provas distintas, aplicadas simultaneamente nos computadores dos polos presenciais.
Plugins (extensões) no navegador impedem capturas de tela e mudanças de aba, e cada questão tem tempo de conclusão delimitado.
A plataforma da Universidade Mackenzie, em São Paulo, também bloqueia a alternância de abas e janelas, além de desativar o atalho de copiar e colar do teclado. As restrições, porém, não impedem que o aluno acesse a internet em outro dispositivo, lembra a superintendente do centro de educação a distância da instituição, Miriam Rodrigues.
“A possibilidade existe e estamos aprimorando sistemas de monitoramento para identificar atividades suspeitas.”
O mecanismo usado pela instituição fornece, em tempo real, dados sobre a quantidade de alunos que iniciaram e finalizaram a prova, horários, seleção de respostas e até informação a respeito da conexão de internet do dispositivo.
Rodrigues afirma que a tecnologia está presente em todo o processo de avaliação para identificar bugs e problemas nas partes acadêmica e operacional. A professora defende o uso do ChatGPT, por exemplo, para auxiliar professores a formular provas e evitar duplicidade de questões.
O professor Márcio Wariss Monteiro, à frente do Centro de Tecnologias Educacionais e Educação a Distância do IFPA (Instituto Federal do Pará), também encara a inteligência artificial como um instrumento capaz de ajudar. “Vejo problema só quando professor ou estudante ficam submissos e perdem a visão crítica.”
Em algumas universidades, professores criam questões a partir de textos gerados por inteligência artificial para pedir que estudantes apontem inconsistências na formulação. Assim, evita-se que eles recorram ao próprio ChatGPT para responder ao item.
“Acho essa estratégia brilhante. Temos que procurar cada vez mais formas reflexivas de propor avaliações”, diz Sandra Goulart, reitora da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
É também o que busca a PUC-RS, onde não há provas tradicionais, mas avaliações autorais. De acordo com Débora Conforto, coordenadora de disciplinas online da graduação presencial, professores trabalham problematizações que façam o aluno se posicionar individualmente, como a análise de casos clínicos na área da saúde.
“Não é simplesmente medir se o aluno acertou ou errou. Precisamos fazer com que ele valide suas hipóteses.”
Em trabalhos mais longos, a chance de plágio é comumente verificada por docentes por meio de softwares que detectam trechos copiados de conteúdos disponíveis na internet. Alguns programas garantem também conseguir identificar textos gerados por IA.
Caso seja constatado plágio, resoluções internas das universidades preveem punições que podem chegar a expulsão e perda de título acadêmico.
As ferramentas tecnológicas são um bom exercício para repensar métodos, na visão dos acadêmicos.
“Precisamos fazer das aulas um encontro para discussão, não apenas para expor informações, porque isso os estudantes encontram onde quiserem”, diz a reitora da UFMG.
|IDNews® | Folhapress | Beto Fortunato |Via NBR | Brasil