Patroa é presa suspeita de explorar sexualmente e matar babá do filho
As investigações revelaram um cenário perturbador: além de ser suspeita do homicídio, Kamila também é acusada de ameaçar e explorar sexualmente a vítima
Kamila Barroso foi presa pela Polícia Civil na noite de quarta-feira, 18, como a principal suspeita do assassinato de Geovana Costa Martins, uma jovem de 20 anos que trabalhava como babá para a família da acusada em Manaus (AM). As investigações revelaram um cenário perturbador: além de ser suspeita do homicídio, Kamila também é acusada de ameaçar e explorar sexualmente a vítima.
Geovana foi encontrada morta no dia 20 de agosto, com sinais claros de espancamento, em uma área de mata no bairro Tarumã, zona oeste de Manaus. Seu corpo foi reconhecido pela família apenas no dia 25, cinco dias após o crime.
De acordo com a Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), a casa onde Kamila vivia com Geovana funcionava como um ponto de prostituição. Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 29, a delegada Marília Campello destacou que Geovana era forçada a realizar programas sexuais sob ameaça constante. A jovem, que inicialmente havia sido contratada como babá, foi gradualmente aliciada por Kamila, que a atraiu com promessas de uma vida de festas e liberdade, mas acabou por submetê-la a um verdadeiro cárcere privado.
A delegada também revelou que a residência de Kamila era descrita como uma “casa de massagem”, onde outras jovens também eram exploradas. No entanto, Geovana era a única que vivia de forma permanente no local, sendo mantida em isolamento e sob controle rigoroso da patroa.
Kamila controlava todos os aspectos da vida de Geovana, proibindo-a de manter contato com qualquer pessoa, inclusive com seu ex-namorado. Em depoimento, o rapaz confirmou que a suspeita não permitia que Geovana tivesse relacionamentos, isolando-a completamente do mundo exterior.
Quando Geovana expressava o desejo de deixar a casa, Kamila a intimidava, mencionando uma suposta dívida que a jovem teria de pagar com mais trabalho. Além disso, para manter Geovana aterrorizada e submissa, Kamila alegava ter sido esposa de Mano Kaio, um conhecido traficante de drogas do Amazonas, atualmente foragido no Rio de Janeiro.
A prisão de Kamila foi acelerada porque ela tinha uma passagem marcada para a Europa. A delegada Marília Campello explicou que havia suspeitas de que Kamila planejava levar Geovana para fora do país, possivelmente para explorá-la ainda mais, até como “mula” no tráfico de drogas, já que Kamila já havia sido presa anteriormente tentando embarcar com entorpecentes.
Durante as investigações, uma foto de Geovana mostrando sinais evidentes de tortura foi encontrada, sugerindo que ela sofreu abusos na própria casa onde foi mantida e, eventualmente, assassinada. Embora Kamila negue qualquer envolvimento no crime, as evidências contra ela são substanciais, justificando sua prisão.
Além de Kamila, a polícia também procura por Eduardo Gomes da Silva, outro suspeito envolvido no transporte do corpo de Geovana, que já tinha um mandado de prisão em aberto por outro crime.
A frieza de Kamila ao lidar com a situação chamou a atenção dos investigadores. Ela chegou a registrar um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento de Geovana ao lado da mãe da jovem, fingindo preocupação e tristeza. Participou do velório e até chorou, afirmando ser como uma segunda mãe para Geovana. Porém, as investigações apontam que, na verdade, ela é a principal responsável pela morte da jovem.
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