Nunes e Boulos veem liderança consolidada, trocam provocações e deixam Marçal em 2º plano
Ambos deixaram em segundo plano menções a Pablo Marçal (PRTB), estagnado em terceiro (19%) nas pesquisas
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que dividem a liderança na corrida à Prefeitura de São Paulo de acordo com o Datafolha, expuseram avaliações positivas sobre o cenário de estabilidade mostrado na pesquisa divulgada nesta quinta-feira (19).
Ambos deixaram em segundo plano menções a Pablo Marçal (PRTB), estagnado em terceiro (19%) após crescimento nas semanas anteriores, e se alfinetaram em comentários sobre o resultado. Nunes teve os mesmos 27% da rodada anterior e Boulos passou de 25% para 26%, variando dentro da margem de erro, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Nunes celebrou seu desempenho ao falar a jornalistas após agenda de campanha nesta quinta, agradeceu à população pela confiança e destacou que a pesquisa aponta que, no segundo turno, ele ganha com facilidade do oponente do PSOL -52% a 37%.
“A gente não quer correr o risco de São Paulo retroagir ou de se tornar um ambiente onde vai expulsar os empreendedores, expulsar o emprego daqui, que a gente possa ter desordem”, disse, em alusão a Boulos.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que estava com o prefeito, acrescentou que a pesquisa reflete a preferência por um “caminho seguro para a cidade”.
“É a vitória de quem trabalhou muito, quem tem o que mostrar, quem tem proposta. Isso está sendo percebido, e cada vez mais o segundo turno está sendo configurado”, declarou Tarcísio.
A campanha de Boulos emitiu nota afirmando que os resultados mostram “tendência de crescimento”, com ele “conquistando intenções de voto de forma sustentável”. A dificuldade entre eleitores mais pobres, segmento-alvo do candidato apoiado pelo presidente Lula (PT), não foi mencionada.
A candidatura do PSOL destacou ainda a oscilação de três pontos para cima na pesquisa espontânea (23%) e o fato de ter o eleitorado mais convicto, com o percentual dos que estão seguros do voto no deputado crescendo de 74% na semana passada para 81% nesta, o maior índice entre os concorrentes.
“Enquanto isso, os nossos adversários se mantêm estáveis na pesquisa estimulada, mas com aumento da rejeição”, completou a nota, em referência à variação para cima, dentro da margem de erro, das rejeições a Nunes (19% para 21%) e Marçal (44% para 47%). O representante do PSOL foi de 37% para 38%.
A pesquisa “é mais uma que confirma o que sentimos todos os dias nas ruas, estamos conquistando cada vez mais votos”, disse Boulos em uma rede social.
Marçal não comentou o resultado.
Tabata Amaral (PSB), que aparece na quarta posição -8%, mesmo percentual da semana passada-, empatada com José Luiz Datena (PSDB) –que continuou com 6%-, preferiu destacar a oscilação negativa da rejeição, de acordo com posicionamento de sua campanha.
Hoje são 14% os que respondem que jamais votariam na deputada, antes 16% na rodada anterior. Ela tem a menor rejeição entre os cinco principais candidatos. Outro dado comemorado foi o de que 49% dos entrevistados que declaram voto em Tabata a consideram uma candidata ideal, mais do que os 41% que diziam isso há uma semana.
“Ainda há muitos indecisos [28% na espontânea], o que mostra um cenário incerto e que Tabata continua competitiva na disputa”, diz a campanha.
No comitê de Datena, a pesquisa deixou frustração porque, embora o candidato venha evitando tirar proveito do episódio da cadeirada em Marçal, sua equipe vislumbrava uma reação favorável. Além de ter estagnado em intenções de voto, a rejeição ao nome do apresentador oscilou de 32% para 35%.
Após a agressão ao adversário em debate no último domingo (15), Datena manteve a agenda escassa, com breves aparições nas ruas, onde recebe apoio dos fãs, mas segue com a decisão de não pedir votos. Nesta quinta, uma caminhada do tucano durou menos de dez minutos.
Os candidatos voltam a se encontrar em debate nesta sexta-feira (20), às 11h15, promovido por SBT, portal Terra e rádio Nova Brasil. O encontro servirá de termômetro para as estratégias na reta final da campanha, com os postulantes buscando ampliar a intenção de voto e reduzir a rejeição.
|IDNews® | Folhapress | Beto Fortunato |Via NBR | Brasil