Taís Araújo; ‘Me desesperei quando fiquei grávida de menina’
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Taís Araújo; ‘Me desesperei quando fiquei grávida de menina’
“Era óbvio que era medo de que ela passasse pelas mesmas coisas que eu passei”, conta a atriz
08MAR2017| 8:23 Taís Araújo
Com longa carreira na TV e muitos sucessos, Taís Araújo é um exemplo para muitas mulheres no Brasil. Casada com Lázaro Ramos e mãe de dois filhos, a atriz inspira também pela sua postura na luta contra as desigualdades. Em conversa com o EGO, Taís abriu o coração sobre a maternidade e, principalmente, sobre as lutas das quais ela é uma das representantes: o empoderamento feminino e o combate ao racismo.
“O mundo foi feito para o homem, ele se sente à vontade porque tem todas as facilidades e a gente não. O mundo sempre foi feito por eles, até porque eles sempre cercearam a gente. Chegamos em um momento superimportante, de ganhar voz e por isso que somos nós que falamos sobre tudo isso. Porque é a gente que ainda tem que galgar alguma coisa, somos nós que estamos atrás de conquista, para eles está tudo confortável”, declara a atriz.
Taís conta que chegou a se desesperar durante a gravidez da sua filha, Maria Antonia.
“Fiquei desesperada quando soube que estava gravida de uma mulher, fiquei incomodada e não sabia que medo era esse. E era óbvio que era medo de que ela passasse pelas mesmas coisas que eu passei. E a partir dela eu tomei mais coragem de falar. Pensei: ‘Bom, estou parindo uma mulher e vou ter que tentar tornar esse mundo mais justo pra ela’. Porque esse mundo que a gente vive não está legal. A partir do nascimento dela tive coragem para falar sem medo”, conta.
A atriz comentou também o caso de injúria racial que sofreu recentemente. “Na verdade, não estou nem aí para o que falaram, meu pensamento é: ‘Essa gente não tem o que fazer’. Só que tenho dois filhos pequenos que terão acesso a essa história. Não dá para deixar passar batido um negócio desse”, conta.
E continua: “Estudei a vida inteira em escola particular, meu pai tinha uma condição financeira confortável, minha mãe é médica, falo três línguas. Infelizmente sou uma exceção. E eu vi que a maioria das pessoas, principalmente as meninas, me enxergavam como uma exceção. Com essa história da injúria, aconteceu uma coisa superbonita. A gente se encontrou na mesma dor. Porque não interessa a sua origem, o preconceito está aí pra todos os negros, de todos os tipos de classe social”, desabafa Taís.