Cultura

Diagnosticado com demência, filme conta a história Maurício Kubrusly

Conhecido por seu trabalho no quadro Me leva, Brasil, do Fantástico, Kubrusly redescobre sua trajetória no filme, que também explora sua relação com a música, uma paixão que a doença não apagou.

Foto:  TV GLOBO

O documentário Kubrusly: mistério sempre há de pintar por aí estreia nesta sexta-feira (22), na abertura da 11ª Mostra de Cinema de Gostoso, no Rio Grande do Norte. A produção, dirigida por Evelyn Kuriki e Caio Cavechini, acompanha a vida do jornalista Maurício Kubrusly, hoje com 79 anos, diagnosticado com demência frontotemporal. Conhecido por seu trabalho no quadro Me leva, Brasil, do Fantástico, Kubrusly redescobre sua trajetória no filme, que também explora sua relação com a música, uma paixão que a doença não apagou.

Entre cenas marcantes, o filme traz um encontro emocionante com Gilberto Gil, que relembra os textos críticos de Kubrusly nos anos 1970, período em que o jornalista foi uma das vozes mais respeitadas da música brasileira. Diagnóstico e esquecimento, no entanto, tornam o momento agridoce: Kubrusly já não reconhece Gil nem se lembra de suas próprias palavras. Apesar disso, sua esposa, Beatriz Goulart, destaca que a música segue presente no cotidiano, com Kubrusly escolhendo trilhas sonoras diárias como um “DJ da casa”.

O documentário também revisita momentos emblemáticos de sua carreira, desde a irreverência no início da televisão, em reportagens como a peça Ubu Rei, até histórias inusitadas no Me leva, Brasil, como o relato do homem que levantou do caixão em Alagoas. Segundo Evelyn Kuriki, o jornalista era “obsessivo pela informação” e sua linguagem única fazia de cada reportagem um acontecimento.

Além do filme, a história de Kubrusly ganhará as páginas de um livro em 2025. A obra, escrita por Alberto Villas, trará uma mistura de biografia e memórias divertidas, destacando episódios curiosos da vida do repórter, como sua paixão por música e o jeito irreverente de lidar com a profissão. O autor revela como a memória do jornalista foi se apagando, mas sem perder o humor que marcou sua trajetória.

Os diretores esperam que o documentário inspire famílias que lidam com doenças como a demência, mostrando a importância de oferecer uma rotina rica em cultura e afeto. Beatriz, que cuida de Kubrusly, tenta preencher seus dias com beleza e arte, uma abordagem que pode servir de exemplo para cuidadores em situações semelhantes. O filme estará disponível no Globoplay a partir de 4 de dezembro.

| IDNews® |Beto Fortunato |  NMBR |Brasil|

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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