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Ocupação agrária resiste no Capão dos Angicos


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Ocupação agrária resiste no Capão dos Angicos
Vinte famílias com cerca de quinze crianças e adolescentes vivem em favela urbano-rural em Araraquara

11ABR2017|13h15 – Théo Bratfisch

O acampamento rural Capão dos Angicos fica localizado no final do bairro Jardim das Hortênsias e devido as fortes chuvas deixa famílias desabrigadas. Os moradores relatam as dificuldades enfrentadas no dia a dia e os prejuízos materiais com as constantes tragédias.

Atualmente, vinte famílias com cerca de quinze crianças e adolescentes vivem em área da antiga Rede Ferroviária Federal. Em processo de reintegração de posse, o acampamento foi formado em 2014 por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST e ex-funcionários da Usina Maringá que reivindicavam o pagamento de dívidas trabalhistas. Alguns funcionários da Maringá conseguiram o acerto de contas e foram embora, outros ainda não.  O acampamento no início teve cerca de 700 famílias de Araraquara e de cidades próximas como Américo Brasiliense, Santa Lúcia e Rincão, mas a maior parte foi para o assentamento em Bueno de Andrada.

Devido a precariedade da situação dos moradores, o líder do movimento de resistência, Carlos Rosa, teme que principalmente as pessoas mais velhas, possam aceitar moradia popular em troca de abandonarem a área da União ocupada como reivindicação devida pela Usina Maringá que descumpre termos de ajustamento de condutas com os órgãos públicos e o INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.

O DAAE – Departamento Autônomo de Água e Esgoto abastece as caixas de água, galões e tambores reservatórios nos barracos uma vez por semana com caminhão pipa, até pouco tempo as pessoas bebiam água de um poço com água insalubre cavado na localidade que não possui coleta de esgoto, sem saneamento básico, abriram um buraco no solo e quando chove fica tudo alagado e os despejos com o lixo atingem as casas que não tem piso. A água potável possibilita que pequenas plantações de verduras e legumes sejam mantidas para a alimentação, onde também criam galinhas e algumas vacas de leite.

Os moradores em sua maioria desempregados estão cadastrados em programas sociais de governo, como Bolsa Família e para receberem cesta básica do Incra, todos estão inscritos em projetos de Reforma Agrária. Ano passado, em dezembro receberam uma cesta básica por família.

 Responsabilidade Social

No último sábado, em 8 de abril, o presidente da ABATur – Associação de Bueno de Andrada para Cultura e Turismo Rural, Théo Bratfisch e a artesã e bonequeira Elizabeth Eloy, fizeram uma visita no Capão dos Angicos para verificarem a situação dos moradores e para presentear com brinquedos, bonecas de pano negras e petecas artesanais, todas as crianças e adolescentes que vivem em situação precária na favela urbano-rural de Araraquara.

Projeto Sociocultural ‘Oficina Fazer e Brincar’

A ideia sugerida é que a prefeitura possa disponibilizar oficinas socioculturais, através do Centro de Referência Afro ‘Mestre Jorge’ de Araraquara nas comunidades rurais e bairros periféricos e em situação de vulnerabilidade e de risco no município, no distrito de Bueno de Andrada e assentamentos rurais: Horto de Bueno, Monte Alegre e Bela Vista do Chibarro. O projeto ‘Oficina Fazer e Brincar’ foi apresentado ao coordenador e para a gestora da Coordenadoria Executiva de Políticas de Promoção da Igualdade Social – CEPPIR. Durante as oficinas de artesanato seriam confeccionados bonecas e bonecos negros, petecas, entre outras possibilidades, com objetivo de promover a inclusão social, com autoestima e o empoderamento afrodescendente, apresentando a oportunidade para geração de renda extra na família com pontos de venda itinerantes.

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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