Araraquara

Cinemas em Araraquara devem testar tecnologia para tradução de filmes para surdos e cegos


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Cinemas em Araraquara devem testar tecnologia para tradução de filmes para surdos e cegos
Vereador Elias Chediek estimula o pioneirismo brasileiro na implantação do sistema para cinemas com recursos de acessibilidade para todo o país

14ABR2017|8h19 – Théo Bratfisch

Dando sequência aos debates sobre a importância do direito de acessibilidade para todos e dispostos na Lei Brasileira de Inclusão das Pessoas com Deficiência, o vereador Elias Chediek, se reuniu quarta-feira (12), no Plenário da Câmara Municipal de Araraquara, com representantes de empresas exibidoras de filmes cinematográficos, membros de entidades sociais e da sociedade civil, para estudar a problemática sobre a implantação do sistema de tradução de filmes nacionais e estrangeiros, para pessoas surdas e cegas nas salas de cinema comercial no município. Todas as salas de cinema do país deverão oferecer recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência visual e auditiva em todas as sessões comerciais. O Estatuto da Pessoa com Deficiência determina a garantia do acesso a bens culturais como cinema e teatro, a agência resolveu ampliar o acesso para as salas de cinema.

Na ocasião, Paulo Celso Lui, presidente da FENEEC – Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas, esclareceu todo o trabalho que vem desenvolvendo a frente da entidade, em atendimento a Instruções Normativas da Ancine – Agência Nacional do Cinema, que dispõe sobre as normas gerais e critérios básicos de acessibilidade visual e auditiva a serem observados nos segmentos de distribuição e exibição cinematográfica. Também participaram da reunião, Théo Bratfisch, porta-voz para a Fundação Idioma Surdo, a advogada Gislaine Cristina Gomes Figueira, presidente das Comissões da OAB, de Responsabilidade Social e da Pessoa com Deficiência, Elisandra Cristina Torres, gerente da Moviecom Cinemas e Gilson Borges Nogueira, advogado do Cine Lupo.

O prazo para a adaptação total de filmes comerciais é de dois anos, mas, em 14 meses, metade das salas de cada grupo exibidor deverá oferecer o recurso de legendagem, legendagem descritiva, audiodescrição para pessoas cegas e Língua Brasileira de Sinais (Libras) para pessoas surdas, ou quem solicitar. A Lei fixou uma transição de quatro anos, de 1º de janeiro de 2016 até 1º de janeiro de 2020, porém, as empresas de exibição deverão estar adequadas em todo o país até 16 de setembro de 2018.

Dados da Lei Municipal de Acessibilidade dos Surdos – Empresa Amiga do Surdo, revelam que a comunidade surda da macrorregião de Araraquara com 24 municípios paulistas, está estimada em 30 mil pessoas e que existem poucas salas de cinema que ficam localizadas em Araraquara, São Carlos e Matão. Observa-se que o acesso ao lazer cultural em cinemas para quem ouve é restrita a poucos grupos sociais e que exclui o direito à acessibilidade das pessoas surdas ou com deficiência auditiva e cegas. Segundo dados do IBGE/Ministério da Saúde, a deficiência visual atinge 3,6% da população, sendo mais comum entre as pessoas com mais de 60 anos (11,5%). O grau intenso ou muito intenso da limitação impossibilita 16% dos deficientes visuais de realizarem atividades habituais como ir à escola, trabalhar e brincar.

A tecnologia padrão brasileira a ser utilizada segue em fase de pesquisa e poderá ser desde um tablete ou um óculos e fones. O sistema operacional aplicativo a ser desenvolvido para tradução em Libras será pioneiro no mundo, considerando-se que os filmes estrangeiros não possuem essa tecnologia com equipamentos individuais para acessibilidade de pessoas surdas ou com deficiência auditiva no mundo. Araraquara deverá participar da fase de implantação dos equipamentos a partir de novembro de 2017.

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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