Consumo deve sustentar alta do PIB em 2018
Warning: Trying to access array offset on value of type bool in /usr/storage/domains/i/idnews.com.br/www/wp-content/plugins/wp-social-sharing/includes/class-public.php on line 81
Consumo deve sustentar alta do PIB em 2018
Entre abril e junho, o consumo das famílias voltou para o terreno positivo, depois de dois anos de queda
10SET2017| 8:18 - PIB
Ajudado pela queda da inflação e dos juros e pela redução do desemprego e da inadimplência, o consumo das famílias, ainda que em ritmo gradual, deve avançar e sustentar o crescimento da economia neste ano e no próximo. A virada do consumo começou a ser registrada no segundo trimestre. Entre abril e junho, o consumo das famílias voltou para o terreno positivo, depois de dois anos de queda. O avanço de 1,4% do consumo garantiu o crescimento de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no período, segundo os dados do IBGE.
Mas, mesmo com o crescimento, ainda levará tempo para o consumo voltar aos patamares de antes da crise. Nos últimos dois anos e meio houve uma redução de R$ 79,7 bilhões no consumo, segundo cálculos da consultoria Tendências. Nesse período as famílias mudaram o padrão de consumo para economizar. Das despesas do dia a dia, com alimentos e itens de higiene e limpeza, à aquisição de bens de maior valor, como eletrodomésticos e veículos, o brasileiro optou por produtos mais baratos e até usados.
Pesquisa da consultoria Nielsen, que visita quinzenalmente 8,5 mil domicílios no País para radiografar o consumo de uma cesta com 150 categorias de produtos, aponta que o volume de vendas dessa cesta caiu 5,7% no ano passado. Foi a maior retração em 20 anos. “Batemos no fundo do poço”, diz Margareth Utimura, líder da área de indústria de higiene e beleza da Nielsen.
No primeiro semestre deste ano, a queda foi ligeiramente menor, de 5,2% na comparação com o mesmo período de 2016. “Este ano deve ser um pouco melhor e esperamos fechar 2018 com estabilidade”, prevê Margareth.
Ciclo. Apesar de toda a ginástica para manter o padrão de compras, economistas concordam que o caminho será longo para recuperar as perdas. “Vai levar tempo para as famílias voltarem ao patamar de compras do período anterior à recessão. Isso deve ocorrer só em 2020”, afirma Bruno Levy, economista da Tendências. O economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Fabio Bentes, tem posição parecida. “A perspectiva é esse padrão de consumo voltar após 2019”, diz.
Nas contas de Levy, entre o quarto trimestre de 2014, o último ano em que houve crescimento do PIB, até o segundo trimestre deste ano, o consumo das famílias caiu 8,3%, descontada a inflação. Para este ano e o próximo, o economista projeta crescimento do consumo das famílias de 0,7% e 2,1%, respectivamente. Mesmo com o avanço esperado para dois anos seguidos, ele diz que, ao final de 2018, o consumo das famílias estará ainda 6,6% abaixo do registrado no final de 2014. “O ritmo de recuperação é lento, mas sustentável”, pondera.
Entre os fatores que garantem essa recuperação estão a queda da inflação – em 12 meses até agosto o IPCA está em 2,46% – e o crescimento da renda dos trabalhadores – que, em 12 meses até julho avançou 1,4%. A MB destaca também a expressiva redução do endividamento das famílias e do nível de comprometimento da renda ao final do primeiro semestre como elementos que favorecem o aumento do consumo. O comprometimento dos pagamentos com dívidas sobre a renda total, que era de 42% em junho de 2015, encerrou o primeiro semestre deste ano em 21,1%. Com informações do Estadão Conteúdo.