Esquerda argentina reclama de ajuda britânica pelo submarino
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Esquerda argentina reclama de ajuda britânica pelo submarino
“São piratas hoje e sempre. No passado, afundaram o Belgrano e hoje temos argentinos agradecendo que eles colaborem na busca pelo ARA San Juan” disse o líder da organização de esquerda Quebracho, Fernando Esteche
21NOV2017| 13:43 - Folhapress - Foto: ©Reuters
A comoção pelo desaparecimento do submarino argentino ARA San Juan não amenizou alguns ânimos na Argentina com relação aos habitantes das ilhas Falklands/Malvinas, que pertencem aos ingleses, mas cuja soberania é reivindicada pelo Estado argentino.
Assim que o navio britânico HMS Protector deixou as ilhas para integrar-se à missão de resgate, o deputado argentino Gabriel Solano (Frente de Esquerda ) postou nas redes sociais: “São tropas de ocupação do território argentino”.
Os moradores da ilha responderam por meio de sua conta oficial: “Boludo” (estúpido). Solano respondeu, também por meio das redes: “Fuck you” (foda-se), ao que os islenhos também contestaram: “pobrecito” (pobrezinho).
Já o líder da organização de squerda Quebracho, Fernando Esteche, também se posicionou contra a ajuda britânica por razões políticas: “São piratas hoje e sempre. No passado, afundaram o Belgrano (embarcação argentina com 500 soldados, abatida durante a Guerra das Malvinas, em 1982) e hoje temos argentinos agradecendo que eles colaborem na busca pelo ARA San Juan. Que não esperem nada em troca porque seguem ocupando nossas ilhas.”
A Esteche, os islenhos responderam: “A Marinha Real está buscando marinheiros argentinos desaparecidos e é isso que você posta?”.
Em conversa com a reportagem, por telefone, o historiador e jornalista John Fowler, que teve sua casa bombardeada durante o conflito de 1982, crê que, “infelizmente, essa ajuda aos argentinos não irá curar as feridas da guerra, ainda latentes”.
Porém, ressaltou que a população das ilhas vem expressando “simpatia pela tripulação do submarino e suas famílias e espera sinceramente que ele seja resgatado. Seu drama é humano e isso nos comove e transcende outras considerações.”Fowler crê que os moradores das Falklands não têm problemas “com os argentinos, mas com governos e políticos da Argentina que seguem reivindicando a soberania das ilhas”.
E acrescentou que segue existindo desconfiança mesmo quando estes têm atitudes simpáticas ou demonstram querer aproximar-se. “No fundo todos pensamos que escondem uma agenda política, que é reclamar as ilhas.” Com informações da Folhapress.