Às vésperas de julgamento, Lula ataca presidente do TRF-4 em ato no RJ
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Às vésperas de julgamento, Lula ataca presidente do TRF-4 em ato no RJ
“Esse cidadão é bisneto do general que invadiu Canudos e matou Antônio Conselheiro”, afirmou o ex-presidente
17JAN2018| 8:08 - Folhapress/Revolta - Foto: © Ricardo Stuckert / Divulgação
O ex-presidente Lula usou parte de seu discurso em evento no Rio, na noite dessa terça-feira (16), para atacar o desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, presidente do TRF4, tribunal que julgará o petista em segunda instância.
“Esse cidadão é bisneto do general que invadiu Canudos e matou Antônio Conselheiro. Talvez ele ache que eu seja cidadão de Canudos”, disse Lula.
Segundo o site do TRF-4, o desembargador é trineto do coronel Tomás Thompson Flores, que teve atuação destacada na Guerra de Canudos, quando foi o comandante de uma das tropas do Exército Brasileiro enviada para o interior da Bahia.
O presidenciável discursou em evento organizado em apoio à permanência de sua candidatura, no teatro Oi Casagrande, no Leblon, zona sul do Rio. Lula falou a uma plateia de artistas e intelectuais. O teatro, com 976 lugares, estava lotado.
A menção a Flores ocorreu depois que Lula disse que não faria críticas aos juízes de Porto Alegre, justamente porque não os conhecia. O ex-presidente disse achar estranho que em seis dias Flores tenha alegado ter conseguido ler todas as páginas do processo.
“Eu acho estranho um juiz dizer que não leu a sentença do Moro, mas dizer acreditar que ela é irretocável”, disse.
Lula criticou ainda o juiz Sergio Moro, que o condenou por lavagem de dinheiro e corrupção passiva no caso do triplex a nove anos e seis meses de prisão. Também direcionou críticas aos procuradores e delegados da Lava Jato que atuaram especificamente nas investigações do inquérito que o ex-presidente faz parte. Ele chegou a dizer que eles mereceriam ser exonerados.
Lula também aproveitou para criticar a imprensa e a chamada elite brasileira que, segundo ele, teria proporcionado o que ele considerou como golpe contra a presidente Dilma Rousseff.
Ele aproveitou para criticar o deputado Jair Bolsonaro (PSC), que está em segundo lugar nas pesquisas de opinião. Segundo Lula, depois de incitar a oposição contra Lula e Dilma, a imprensa teria criado o ambiente para o surgimento da candidatura de Bolsonaro.
“Será que depois que eles extirparam os ‘tumores’ que eram eu e Dilma eles não pensaram que ia surgir uma coisa como o Bolsonaro.”, questionou.
Lula comentou as reportagens sobre Bolsonaro.
“O Bolsonaro vai agora comer o pão que o diabo amassou. A mídia vai fazer com ele o que tentou fazer comigo durante anos sem encontrar nada”, disse.
Entre os atores presentes estavam Osmar Prado, Herson Capri, Bete Mendes, Cristina Pereira, Tonico Pereira, Gregório Duvivier, Dira Paes, Chico Dias e Mônica Martelli. O ator Antônio Pitanga foi acompanhado de sua mulher, a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ).
Também participaram do evento os sambistas Noca da Portela e Beth Carvalho, que compareceu de cadeira de rodas em razão de um problema de saúde. A escritora Conceição Evaristo, a filósofa Marcia Tiburi, e o escritor Eric Nepomuceno também participaram.
O coordenador-geral do MTST Gulherme Boulos, o produtor de cinema Luiz Carlos Barreto e diretor teatral Aderbal Freire Filho estiveram no evento, assim como o ex-prefeito do Rio Saturnino Braga.
O ex-ministro Celso Amorim foi ovacionado pela plateia que cantou “Eô eô, Amorim governador”, num sinal de que haveria apoio a uma eventual candidatura do ex-chanceler para o governo do Estado do Rio. A presidente do PT, Gleisi Hofman, sentou-se ao Lado de Lula no palco.
Lula discursou para uma platéia lotada no teatro Oi Casagrande, que tem 976 lugares.
Do lado de fora, no fim da tarde, um grupo de cerca de cem apoiadores de Lula aguardavam sua chegada com bandeiras e camisas vermelhas. Do outro lado da rua, um grupo de oposição também compareceu após convocação nas redes sociais.
De início, apenas 20 pessoas gritavam palavras de ordem e estendiam cartazes pedindo a prisão de Lula. Logo os grupos de apoio e oposição se igualaram em número.
Apesar disso, não foram registradas maiores desavenças. Sempre que um integrante de um dos lados atravessava a rua para provocar os rivais, a polícia afastava os que estavam com ânimos mais exaltados. Com informações da Folhapress.