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PF identificou elo entre offshores da mulher de marketeiro e Odebrecht


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PF identificou elo entre offshores da mulher de marketeiro e Odebrecht

Força-Tarefa da Lava Jato encontrou evidências de que entre 25 de setembro de 2013 e 4 de novembro de 2014 o operador de propinas Zwi Skornicki

Em coletiva realizada nesta segunda-feira, 22, para falar da 23ª fase da Lava Jato, batizada de Acarajé, a Polícia Federal informou que os investigadores identificaram contrato entre offshores da mulher do marqueteiro do PT João Santana, Mônica Moura, e da Odebrecht. A offshore aberta no Panamá, a Shellbill Finance SA, que seria do casal, é o foco central das investigações da Operação Acarajé, 23ª fase da Lava Jato deflagrada nesta segunda-feira, 22.

A força-tarefa da Lava Jato encontrou evidências de que entre 25 de setembro de 2013 e 4 de novembro de 2014 o operador de propinas Zwi Skornicki – preso na Acarajé – efetuou a transferência no exterior de pelo menos US$ 4,5 milhões por meio de nove transações. Em outra frente, a força-tarefa também rastreou pagamentos de offshores ligadas à Odebrecht para a Shellbill que totalizaram US$ 3 milhões entre 2012 e 2013.

A conta mantida no exterior pelos publicitários João Santana e Mônica Moura, profissionais então responsáveis pelo marketing da campanha eleitoral do PT, “não foi declarada às autoridades brasileiras”, informou o Ministério Público Federal.

Na coletiva, a PF comparou o nome da operação deflagrada nesta segunda, Acarajé, que era utilizado pelos investigados dessa nova fase da Lava Jato para falar de dinheiro, com o nome da operação ‘pixuleco’. Acarajé, assim como pixuleco, era um termo usado pelos investigados para se referir a valores de propina.

Na entrevista, a força-tarefa informou que os dados usados nesta operação foram fornecidos pelos Estados Unidos e não pela Suíça. A Odebrecht tem questionado o uso, pela Lava Jato, de dados bancários fornecidos pelo país europeu.

Mandados

Estão em cumprimento 51 mandados de prisão preventiva e temporária, busca e apreensão, condução coercitiva e bloqueio de ativos, para aprofundar a investigação de possíveis crimes de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro oriundo de desvios da Petrobras.

A força-tarefa da Operação Lava Jato encontrou evidências de que a Odebrecht, por meio de contas ocultas no exterior em nome das offshores Klienfeld e Innovation transferiram US$ 3 milhões para a conta em nome da offshore panamenha Shellbill Finance SA, que seria propina oriunda da Petrobras transferida aos publicitários João Santana e Mônica Moura em benefício do Partido dos Trabalhadores. Os valores foram repassados entre 13 de maio de 2012 e 8 de março de 2013.

As duas offshores ligadas a Odebrecht já eram alvo da Lava Jato por pagarem propinas para os ex-diretores da Petrobrás Renato Duque (Serviços, ligado ao PT), Paulo Roberto Costa (Abastecimento, ligado ao PP), Jorge Zelada (Internacional, ligado ao PMDB) e Nestor Cerveró (Internacional, ligado ao PMDB).

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, o avanço das investigações revelou ainda “novas provas do possível envolvimento de Marcelo Odebrecht em novos crimes graves, e de que tinha controle sobre os pagamentos feitos no exterior por meio de offshores, as quais ele geria por intermédio de pessoas a ele subordinadas e ligadas, direta ou indiretamente, à empresa”.

Em sua 23ª fase, a Lava Jato encontrou também indícios de que a conta da Klienfeld “foi usada não só para pagar propinas para autoridades brasileiras, mas também em favor de autoridade argentina”. Por isso, foram decretadas novas buscas na sede da Odebrecht.

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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