MDB tenta colar Meirelles em plano eleitoral de Temer
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MDB tenta colar Meirelles em plano eleitoral de Temer
Ministro acompanha presidente em viagem pelo Nordeste
10:42 | 2018MAR24 - Estratégia
Depois de confirmar que será candidato a novo mandato, o presidente Michel Temer levou nesta sexta-feira, 23, a tiracolo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em um giro pelo Nordeste. A cúpula do MDB quer que Meirelles se filie ao partido e permaneça como uma espécie de “plano B” para o caso de Temer não conseguir viabilizar sua candidatura e desistir de entrar no páreo. Se o presidente não recuar, porém, o MDB avalia que Meirelles pode ser vice na chapa.
O blog BR18, do Grupo Estado, antecipou no domingo que Temer já havia decidido disputar a reeleição, apesar dos baixos índices de aprovação do seu governo e da sua impopularidade. Em entrevista à IstoÉ desta semana, o presidente assumiu a candidatura. “Seria uma covardia não ser candidato”, afirmou ele à revista. “Se eu não tiver uma tribuna, o que vai acontecer é que os candidatos sairão e vão me bater.”
Disposto a manter Meirelles sob sua órbita, Temer fez nesta sexta vários afagos ao comandante da economia. Os dois passaram o dia juntos cumprindo agenda oficial, mas em ritmo e estilo de campanha no Nordeste. Foram a Xique-Xique, na Bahia, a Petrolina e a Goiana, em Pernambuco.
Embora em discurso tenham trocado elogios, Temer e Meirelles quase não se falaram durante a cerimônia na fábrica do grupo Fiat-Chrysler Automobiles (FCA), na região metropolitana do Recife. Sentados lado a lado, aparentando cansaço pela extensa jornada, eles pouco trocaram palavras.
Meirelles citou Temer quatro vezes no discurso e fez veemente defesa das políticas sociais e econômicas do governo. Afirmou, por exemplo, que uma decisão de Temer foi fundamental: a liberação do saldo de contas inativas do FGTS, que, segundo dados oficiais, injetou R$ 40 bilhões na economia.
Mote
“Vamos em frente porque agora sim, desta vez, o Brasil vai para a frente”, afirmou o ministro. Meirelles definiu Temer como um “líder nacional” que desenvolveu “uma série impressionante de reformas” no País. Afirmou, ainda, que o governo prioriza os programas sociais, com reajustes do Bolsa Família. “O melhor programa social é a crença no emprego”, disse, usando mote de sua pré-campanha.
Temer, por sua vez, passou o dia enaltecendo o titular da Fazenda. Em Xique-Xique, por exemplo, chamou-o de “nosso Henrique Meirelles”. Animado com a receptividade, durante inauguração de um projeto de irrigação, pediu aos seguranças que retirassem as grades que o separavam do público. “O Meirelles fez todo o esforço lá na Fazenda (…). Eu e o Meirelles podemos a esta altura patrocinar a queda do veto para que a micro e pequena empresa tenham a possibilidade de refinanciar os seus débitos”, afirmou Temer.
Nos bastidores, dirigentes de partidos aliados têm receio de que uma eventual candidatura do presidente contamine as campanhas nos Estados, em razão de sua impopularidade. Muitos avaliam que, se em meados de julho o seu desempenho não melhorar, ele não disputará.
Embora o destino político de Meirelles ainda seja incerto, alguns amigos o aconselham a correr o risco de se filiar ao MDB. A direção do PRB sinalizou a Meirelles que iniciou conversas sobre uma possível candidatura ao Planalto com o empresário Flávio Rocha, dono das lojas Riachuelo. Presidente do PSC, o pastor Everaldo Pereira também disse que o partido não tem como dar legenda para Meirelles concorrer. “Nosso candidato é Paulo Rabello (de Castro)”, afirmou, em referência ao presidente do BNDES. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.