Contrabando não diminuiu mesmo com dólar alto e crise, dizem empresas
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Contrabando não diminuiu mesmo com dólar alto e crise, dizem empresas, a culpa seria da falta de ação do governo federal no controle das fronteiras e o aumento de impostos por administrações estaduais
Mesmo com a crise econômica e aumento do valor do dólar frente ao real a entrada de mercadorias ilegais no país não diminuiu. Segundo o levantamento do Fórum Nacional Contra a Pirataria, entidade que reúne dezenas de setores afetados pelo contrabando, o problema até piorou.
De acordo com a Folha de S. Paulo, a culpa seria da falta de ação do governo federal no controle das fronteiras e o aumento de impostos por administrações estaduais, como a de São Paulo. As associações empresariais iniciaram uma campanha publicitária acusando o governo de colaborar para uma cadeia geradora de desemprego no Brasil.
As entidades estavam com expectativas que com o dólar alto e a redução do consumo no país pudessem auxiliar na redução da entrada de produtos estrangeiros proibidos ou que não pagam impostos. Porém elas apontam que a falta de fiscalização nas fronteiras e o aumento de impostos sobre os produtos nacionais fez esse mercado ilegal aumentar ainda mais.
Para Edson Vismona, que coordena o Fórum, as indústrias de tabaco e roupas, as mais afetadas, fizeram levantamentos no ano passado que revelaram crescimento da participação de produtos contrabandeados em seus setores.
Segundo os dados, no caso dos cigarros, o mercado ilegal já responde por 32% do mercado oficial (era 30%). No vestuário, alcançou 14,2% (estava em 12%). Só nesses dois setores, os produtos ilegais movimentaram R$ 33 bilhões no país.
Em 2015, as indústrias afetadas fizeram uma grande campanha publicitária para solicitar providências ao governo contra a pirataria. Nos cálculos dessas organizações, o país deixa de ganhar R$ 100 bilhões por ano com a permissão para a entrada de mercadorias ilegais no território nacional.
De acordo com Evandro Guimarães, que dirige a ONG Etco, que trabalha em ações de setores empresariais pela ética concorrencial, não ocorreram medidas necessárias para combater esse tipo de desvio no país e isso justifica o aumento do tom das propagandas contra o governo. “Estamos percebendo que falta uma política agressiva, que faça o ajuste fiscal através do combate às ilegalidades”, afirmou Guimarães.
Segundo o ministro do TCU Augusto Nardes, relator do processo, separadamente, algumas entidades que atuam no setor apresentaram seus projetos a ele sobre como atuar na fronteira, mas a Casa Civil não apresentou o plano pedido. “Estamos preocupados porque que há falta de integração entre as políticas públicas”, concluiu Nardes.