PM foi vista baleada e sangrando antes de sumir na favela de Paraisópolis
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PM foi vista baleada e sangrando antes de sumir na favela de Paraisópolis
Soldado foi levada por homens encapuzados em bar na zona sul de SP
7:58 |FOLHAPRESS/NOTÍCIA AO MINUTO |2018AGO04|
A PM teve o celular furtado no bar e, por isso, teria sacado a sua arma, afirmando ser policial, exigindo que o aparelho lhe fosse devolvido. Instantes depois, segundo as testemunhas, quatro suspeitos entraram no comércio e levaram Juliane para fora de lá, quando dois tiros foram ouvidos.
A policial estava em seu primeiro dia de férias e foi à comunidade para visitar um casal de amigos. Segundo registrado pela Polícia Civil, os dois foram acordados, por volta das 6h de quinta-feira, por uma colega da policial.
“Ela chegou na casa do casal afirmando, ‘mataram a Juliane, mataram a Juliane’”, disse o delegado titular do 89º DP (Portal do Morumbi), Antônio Sucupira Neto. Após os disparos, a policial não foi mais vista.
A moto usada por Juliane para ir à favela, uma Yamaha Fazer YS 250, também desapareceu. O veículo foi encontrado somente na tarde desta sexta (3), segundo a PM, na rua Banibas, em Alto de Pinheiros (zona oeste). A via fica a cerca de dez quilômetros de distância do bar onde a policial foi raptada.
Antônio Sucupira afirmou que a Polícia Civil trabalha com a possibilidade “remota” de que Juliane seja mantida como refém, em algum cativeiro, por criminosos.
Também não é descartada a possibilidade de que ela tenha sido morta. Por hora, o caso está registrado como desaparecimento.
Desde o sumiço, cerca de 30 policiais civis e 80 militares vasculham a região para encontrar a PM, viva ou morta.
Nesta sexta estavam na favela policiais do 89º DP, do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos), do Choque, do Canil e Cavalaria da PM, além do COE (Comandos e Operações Especiais).
MÃE
A mãe da policial desaparecida em Paraisópolis, a cobradora de ônibus Cleusa dos Santos, 57, afirmou que “está com medo” desde o desaparecimento da filha.
“Sinto o coração pequeno, apertado, porque bandido é bandido. Dificilmente em sequestros a gente vê um resultado positivo, então tenho medo. Infelizmente estamos à mercê de toda essa alta periculosidade e não há nada pra fazer, inclusive a polícia”, disse.
Cleusa afirmou que sempre discordou da escolha da filha em ser policial. Antes de ingressar na PM, há cerca de dois anos, Juliane atuou por três anos na GCM (Guarda Civil Metropolitana) da capital.
“Minha filha entrou na polícia com o objetivo de proteger as pessoas, a sociedade. Como mãe, senti medo, pois a profissão é arriscada. Tanto estava certa que olha aí (o desaparecimento da policial)”.