Bolsonaro é impulsionado por onda anticorrupção
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Bolsonaro é impulsionado por onda anticorrupção
Pesquisas indicam que o principal combustível do bolsonarismo não é o medo da violência, mas o moralismo – que, hoje, se confunde com o antipetismo
7:46 |IDNews/Estadão/Daniel Bramatti | 2018SET03 |
Quando está diante de um microfone ou de uma câmera de televisão, Jair Bolsonaro não desperdiça a oportunidade de atacar a criminalidade, exaltar policiais que matam no exercício da profissão e defender o armamento da população e a redução da maioridade penal. Não é entre o público preocupado com segurança, porém, que o discurso do candidato do PSL à Presidência tem feito mais sucesso.
Análise do Estadão Dados em 27 pesquisas recentes do Ibope, feitas em todos os Estados e no Distrito Federal, revela que Bolsonaro não tem taxas maiores de intenção de voto nos locais onde a preocupação com segurança é mais expressiva. Mas outra associação salta aos olhos: o desempenho do candidato melhora conforme aumenta a parcela do eleitorado que cita a questão da corrupção como prioridade.
Os dados indicam que o principal combustível do “bolsonarismo” não é o medo da violência, mas o moralismo – que, no atual contexto político, se confunde com o antipetismo. A leitura das 27 pesquisas revela que a percepção da corrupção como problema passa por um corte ideológico. Outros candidatos do espectro da centro-direita e que se apresentam como antagonistas do PT, como Geraldo Alckmin (PSDB) e Alvaro Dias (Podemos), também colhem mais apoio nos Estados onde os eleitores se mostram mais preocupados com a punição dos corruptos – mas em menor quantidade que Bolsonaro.
O fenômeno oposto se manifesta no eleitorado lulista: quanto menor a preocupação com corrupção, maiores as taxas de intenção de voto em Luiz Inácio Lula da Silva – preso e condenado na Lava Jato e que teve a candidatura à Presidência barrada pela Justiça Eleitoral anteontem.
Santa Catarina é um bom exemplo do descompasso entre a preocupação com a segurança e o voto em Bolsonaro. Lá, apenas 35% do eleitorado se declara preocupado com a segurança – a taxa mais baixa em todo o País, nesse quesito. Mas, entre os catarinenses, Bolsonaro ficou à frente na corrida eleitoral até no cenário em que Lula foi incluído na lista de candidatos apresentada aos entrevistados (26% a 20%).
Não é um caso isolado. Quando expostos em um mapa, os resultados das pesquisas Ibope nos Estados mostram uma distribuição não homogênea da preocupação com segurança, que é maior no Nordeste que no Sudeste. O oposto acontece com as taxas de apoio a Bolsonaro. Já o mapa da preocupação com a corrupção é bem mais parecido com o da intenção de voto no candidato do PSL.
FOTO: O candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL)