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Dilma mobiliza ministros para conter saída do PMDB do governo


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Dilma mobiliza ministros para conter saída do PMDB do governo, Temer é acusado de querer apressar a saída do governo devido ao temor de que novas revelações da Lava Jato acabem inviabilizando uma eventual posse do vice na Presidência

A presidente Dilma Rousseff se reuniu nesta quarta-feira (23) com os sete ministros peemedebistas. De acordo com a Folha de S. Paulo, o objetivo do encontro foi tentar barrar o rompimento do partido com o governo.

A ministra da Agricultura Kátia Abreu disse à presidente que a ala governista contaria com 79 votos no diretório contra o rompimento, enquanto o grupo a favor da saída teria 66 votos. Três votos seriam indecisos.

A ala pró-rompimento afirmou que preferia não fazer disputa pública sobre o placar da votação e aposta que os governistas terão uma surpresa. O grupo foi responsável pela antecipação da reunião do dia 12 de abril para 29 de março.

A publicação destaca que ministros peemedebistas estariam insatisfeitos que Temer não quis apoiar a manutenção da data original de 12 de abril para reunião do diretório, acertada na convenção do partido. Segundo eles, o vice-presidente da República estaria contribuindo para a divisão da sigla.

No entanto, o grupo de Temer rebateu alegando que foi a ala governista, ao aceitar a nomeação de Mauro Lopes para a Secretaria de Aviação Civil, que iniciou o confronto para ganhar a disputa.

A convenção do PMDB havia firmado que nenhum filiado deveria aceitar novo cargo num prazo de 30 dias, até 12 de abril, quando o partido definiria se romperia com o governo.

Temer é acusado pela ala governista de querer apressar a saída do governo devido ao temor de que novas revelações da Lava Jato acabem inviabilizando uma eventual posse do vice na Presidência. O peemedebista nega.

Ainda segundo a Folha, ministros foram mobilizados a agirem depois que a convenção foi antecipada. Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Marcelo Castro (Saúde) teriam afirmado que estão dispostos a deixar seus cargos para retornar à Câmara para votar contra o impeachment.

“Minha posição é que nós não devemos deixar o governo. O PMDB veio até aqui com o governo, tem o vice. Seria uma irresponsabilidade ter ministros da importância como Saúde, Minas e Energia e Agricultura, e, em um momento de crise tão profunda, a gente esvaziar os ministérios”, avaliou Pansera.

Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, também demonstrou apoio ao governo. Após se encontrar com o ex-presidente Lula, Renan disse que não está caracterizado o crime de responsabilidade e que, por isto, não haveria argumento jurídico para o impeachment.

No entanto, em conversa com Lula, o presidente do Senado disse que não estava à vontade para apoiar Dilma, argumentando que ela nunca realmente lhe prestigiou dentro do governo. Renan ponderou que o PMDB não pode passar para a história como o partido que foi decisivo para depor uma presidente sem base legal.

A publicação refere ainda que Dilma ressaltou que tem certeza de que “os ministros estão comprometidos com sua permanência no governo”.

Porém, a ala do PMDB que defende o rompimento imediato entende os ministros estão errados em permanecer no governo pois “já existe uma sentença pública” pelo impeachment.

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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