Para salvar mandato, presidente Dilma diz, ‘Não vou jogar a toalha’
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Para salvar mandato, presidente Dilma diz, ‘Não vou jogar a toalha’, na sexta-feira (15), passou os dias recebendo parlamentares e governadores. “Não quero números, quero nomes”
8:32|17/04/2016 Não quero números, quero nomes
Na semana derradeira da votação da abertura do processo de seu impeachment na Câmara dos Deputados, a presidente Dilma Rousseff passou por maus momentos e alguns assessores pareciam até resignados com uma derrota, quando os governistas PP e PSD haviam decidido apoiar o voto contra a presidente no domingo (17), segundo informa a Folha de S. Paulo.
Assessores próximos da petista afirmam que, apesar da determinação de “lutar até o último minuto”, expressão que repetiu várias vezes, a própria Dilma, em alguns momentos desta semana, chegou a admitir que a batalha estava praticamente perdida.
Um interlocutor chegou a ouvir a presidente dizendo que se sentia “injustiçada” porque podia perder o mandato numa sessão comandada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, que “já deveria estar fora há muito tempo” devido às acusações de corrupção contra ele.
Ela classificou a situação de “perversa” e, nas palavras de um amigo, Dilma não se contentava de ela correr o “risco de ir embora e o deputado ficar” na Câmara.
Mesmo diante de previsões pessimistas, Dilma Rousseff mantinha uma esperança de conseguir reverter o clima desfavorável. “Eu estou firme e não esmoreço”, repetia ela. “Vou lutar até o último minuto de domingo”.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz que a sucessora reage bem na adversidade. Nos últimos cinco dias que antecederam a votação, ela resolveu fazer política e lutar para salvar seu mandato.
“Para me tirar daqui, vão ter que molhar a camiseta”, afirmou. Aos 68 anos, cinco deles à frente da Presidência da República, Dilma se recusou a tratar da micropolítica, menos relevante, na sua opinião, do que as tabelas e planilhas sobre infraestrutura e economia.
Porém, na reta final, partiu para o “varejão” e transformou o gabinete presidencial em uma extensão da Câmara dos Deputados, o que acontecia raramente até o início da semana passada.
A mudança iniciou na terça-feira (12), depois de Dilma ser avisada pelo seu assessor especial, Giles Azevedo, de que o Partido Progressista (PP) havia orientado voto da maioria da bancada pelo impeachment. Diante da adversidade, optou por agir de forma incisiva. Encontrou-se pessoalmente com deputados como Dudu da Fonte (PP-PE) e Leonardo Picciani (PMDB-RJ) para pedir ajuda. Queria convencer dissidentes e indecisos e demonstrar possibilidade de reversão no quadro adverso.
Parecia uma nova Dilma. Mostrava-se disposta a fazer mudanças na condução de seu governo, principalmente na economia, e dar mais poderes a Lula.
Na sexta-feira (15), passou os dias recebendo parlamentares e governadores. “Não quero números, quero nomes”, diz, anotando o nome dos parlamentares um a um em uma folha de papel, com esperança de uma virada de última hora.