Cunha e Edinho Silva também serão alvo de inquéritos
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Cunha e Edinho Silva também serão alvo de inquéritos, os pedidos de abertura de inquérito foram feitos por Rodrigo Janot
15:58| 02/05/2016 PGR
O procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a abertura de mais um inquérito contra o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, ex-tesoureiro da campanha presidencial de Dilma Rousseff, e uma nova investigação contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Os dois pedidos são baseados na delação premiada do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) e se desdobram da Operação Lava Jato. Ambos já são investigados atualmente -Edinho é alvo de um inquérito com base na delação de Ricardo Pessoa, enquanto Cunha responde a cinco procedimentos (duas denúncias e três inquéritos).
Caso o ministro Teori Zavascki aceite a abertura dos novos inquéritos, será o segundo contra Edinho e o sexto contra Cunha.
No caso de Edinho, a nova investigação está relacionada ao relato de Delcídio de que o ministro o orientou a receber, via caixa dois, o pagamento de dívidas de campanha de R$ 1 milhão por meio de um laboratório farmacêutico, a EMS.
Segundo o delator, porém, a operação não se concretizou porque as empresas credoras não aceitaram receber diretamente da EMS.
Em relação a Cunha, o novo inquérito se refere a uma possível influência que o peemedebista teve em uma diretoria de Furnas. Delcídio disse acreditar “que ele tenha recebido vantagens indevidas” porque mantinha “comando absoluto da empresa”.
Segundo o senador, Furnas chegou a se associar a uma hidrelétrica ligada a Lúcio Bolonha Funaro, corretor de valores muito próximo a Cunha.
PACOTE DE INQUÉRITOS
Além de Cunha e Edinho, Janot pediu abertura também de dois inquéritos contra Aécio e um contra o deputado Marco Maia (PT-RS) e o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Vital do Rêgo.
No total, são até agora cinco investigações decorrentes da delação premiada do senador Delcídio do Amaral.
Janot ainda pediu a investigação dos fatos relativos à propina da usina hidrelétrica de Belo Monte aos senadores do PMDB Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR), Valdir Raupp (RO) e Jader Barbalho (PA). Nesse caso, porém, não foi aberto inquérito específico, mas foi feito o compartilhamento da delação de Delcídio que relatou o caso nos inquéritos já existentes contra os senadores.
OUTRO LADO
Em nota, Edinho Silva disse que as afirmações de Delcídio do Amaral são “mentiras escandalosas” e que sempre agiu de maneira “ética, correta e dentro da legalidade”.
Ele ressaltou que é favorável à apuração de fatos referentes à sua atuação na tesouraria da última campanha presidencial, mas ponderou que jamais orientou o senador a “esquentar doações”.
“Jamais mantive contato com as mencionadas empresas antes ou durante a campanha eleitoral. As doações para a campanha de 2014 estão todas declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral, bem como seus fornecedores. As contas da campanha foram todas aprovadas por unanimidade”, disse.
A assessoria de Cunha informou não ter conhecimento dessa nova investigação. O presidente da Câmara tem negado todas as acusações e diz que nunca recebeu propina.
Os senadores do PMDB também negam envolvimento com irregularidades e recebimento de propina. Com informações da Folhapress.