Araraquara

Manifestantes realizam marcha mundial contra Monsanto em mais de 40 países


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Manifestantes realizam marcha mundial contra Monsanto em mais de 40 países,  no Brasil aconteceu somente no Rio de Janeiro e em Araraquara(SP) que reuniu um pequeno grupo de manifestantes e não menos importante que atraiu interesse das pessoas
9:32| 24/05/2016
Théo Bratfisch

No último sábado (21), um grupo de manifestantes se reuniu por volta das dez horas da manhã nas proximidades da prefeitura para um marcha contra Monsanto, com o objetivo de chamar a atenção em repúdio ao modelo agroalimentar com uso indiscriminado de agrotóxicos como o glifosato, um dos agrotóxicos usados na composição química dos produtos industrializados pela multinacional que envenenam os organismos das pessoas, dos animais e todo o meio ambiente, que provocam inúmeras doenças.

Milhares de manifestantes em protesto mundial contra a principal produtora de agrotóxicos do mundo realizaram atos contra a empresa, que atua no ramo de biotecnologia e gêneros agrícolas, atos foram registrados em pelo menos 400 cidades em 46 países. No Brasil aconteceu somente no Rio de Janeiro e em Araraquara(SP) que reuniu um pequeno grupo de manifestantes e não menos importante. Uma manifestante comentou que “infelizmente, muitas pessoas da esquerda também não acordaram para as questões ambientais e agrárias, quando a terra está no cerne da exploração do capital. Dinheiro é apenas um símbolo de riqueza, enquanto a terra e tudo que nela produz é a própria riqueza; as pessoas vinham nos perguntar do que se tratava o assunto e se informar; houve um interesse geral pelo ato e pelo conteúdo dos cartazes”, em se tratando de um sério problema que causa gravíssimos problemas de saúde.

Em 2015, o glifosato, principal composto do herbicida Roundup, fabricado pela Monsanto, foi classificado pela IARC (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, na sigla em inglês), da Organização Mundial da Saúde, como “provavelmente carcinogênico para humanos”. O Roundup é o produto mais vendido da Monsanto.

O direito dos consumidores brasileiros à informação sobre transgênicos volta a prevalecer. Em decisão proferida no último dia 12, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin manteve a decisão obtida pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) e voltou a garantir a indicação no rótulo de alimentos que utilizam ingredientes geneticamente modificados, independentemente da quantidade presente. A exigência estava suspensa desde 2012, por uma decisão liminar (provisória) do ministro Ricardo Lewandovski, do STF, que atendeu ao pedido da União e da Associação Brasileira de Indústria de Alimentos (Abia) contra a decisão do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), que foi favorável à ação do Idec.

A decisão do TRF-1 que voltou a valer acolhe o pedido do Idec de rotulagem de qualquer teor de transgênicos e afasta a aplicação do Decreto n° 4.680/03, que flexibiliza a exigência de rotulagem apenas para produtos que contêm mais de 1% de ingredientes geneticamente modificados. O Tribunal considerou que o direito à informação previsto no Código de Defesa do Consumidor (CDC) se sobrepõe ao decreto.  A decisão do STF se faz muito importante neste momento e enfraquece o projeto de lei que quer acabar com a rotulagem de transgênicos e mantém a decisão fruto de uma Ação Civil Pública que garante que todos os alimentos geneticamente modificados devem ser rotulados, fortalecendo o direito à informação e o CDC.

Outro alvo dos protestos são os chamados OGM (organismos geneticamente modificados), que a Monsanto, cuja sede é nos Estados Unidos, também produz. Realizada anualmente, a marcha mundial já está na quarta edição. Não existe uma contagem oficial de quantos manifestantes protestaram neste sábado ao redor do mundo. Em alguns atos, os manifestantes também protestaram contra a Syngenta, empresa sediada na Suíça e do mesmo ramo da Monsanto. Em comunicado oficial no sábado, a Monsanto afirmou que possui o compromisso de fazer uma refeição mais balanceada acessível para todos com objetivo de ajudar agricultores a fazer isso de um modo mais sustentável, usando menos recursos e tendo um menor impacto no meio ambiente, declarou a multinacional. Segundo a Monsanto, é “importante” para a empresa que pessoas com opiniões diferentes sobre o assunto possam se expressar.

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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