Força mental pode contar a favor do judô brasileiro na Olimpíada
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Força mental pode contar a favor do judô brasileiro na Olimpíada
| IDNews® | EBC | Agência Brasil | São Paulo | Juliano Justo
Técnica da seleção masculina elogiou atitude de atletas na pandemia
IDN – Esportes – Judô
No comando da seleção brasileira masculina de judô desde 2018, a sensei Yuko Fujii, nascida na cidade de Toyoake (Japão), chegou ao Brasil cinco anos antes, após uma atuação de destaque na equipe técnica da equipe britânica na Olimpíada de Londres 2012. Antes de se tornar a primeira mulher a assumir o time masculino na história da modalidade no país – Yuko Fujii assumiu a função com a saída do do sensei Fúlvio Myata – a treinadora passou por todas as equipes de base do judô brasileiro. Na última quarta-feira (27), durante uma live (transmissão ao vivo) no perfil oficial da Federação Piauiense de Judô (FPIJ), a treinadora minimizou o fato de ser uma mulher a treinar uma equipe composta exclusivamente por homens.
“A gente viaja muito para compartilhar o trabalho. Converso bastante com várias pessoas do judô em todo país. Foi aí que eu consegui entender como funciona o esporte por aqui. Isso facilitou muito o meu ingresso na seleção. Tive um contato grande com o sensei Luiz “Jun” Shinohara e com o próprio sensei Fúlvio Myata. A Confederação tem também uma equipe multidisciplinar que divide essa pressão comigo”.
Quando chegou ao país em 2013, Yuko Fujii lembra que se surpreendeu ao se deparar com o nível técnico do judô brasileiro “Vi que vocês têm um judô limpo, bonito, parecido com o praticado no Japão”.
Mesmo sem fazer uma projeção de medalhas a serem conquistadas nos Jogos Olímpicos de Tóquio (Japão), adiados para o ano que vem, Yuko Fujii salientou um ponto que pode pesar a favor da seleção. “Os brasileiros têm a parte mental e psicológica muito forte. Nesse período de pandemia, todos estão mantendo o treino o mais próximo possível do ideal, mesmo estando dentro de casa. O nosso foco, agora, é a parte física. E eles ‘compraram’ a nossa ideia. Queremos que os atletas tenham a menor perda [física] possível. Hoje, não temos competição. Então, ficamos sem referência. Por isso, a orientação é manter o trabalho dia a dia. E eles estão fazendo isso”, elogiou.
Início de 2020 promissor
Segundo a treinadora, a temporada passada foi um ano de paciência. “Tivemos realmente uma fase difícil em 2019”. Mas, Yuko Fujii destaca que os resultados começavam a aparecer no início deste ano.. “Começamos lá em janeiro com as medalhas conquistadas na primeira competição do ano, o Grand Prix de Tel Aviv (Israel). Foi muito bom. Tivemos uma participação destacada, principalmente, com os jovens”.
A competição em Tel Aviv distribuiu até 700 pontos no ranking olímpico. O judoca Leonardo Gonçalves, de 24 anos, conquistou a prata na categoria até 100 quilos. O Brasil faturou ainda quatro bronzes com Daniel Cargnin, de 22 anos (66 kg), Eduardo Yudy Santos, de 25 anos (até 81 kg), Rafael Macedo, de 25 anos (90 kg). Vale destacar que, desse grupo, apenas Buzacarini já acumulava experiência olímpica.
As conquistas seguiram em fevereiro. No Aberto de Sófia (Bulgária), teve dobradinha verde e amarela entre os ligeiros (60kg): Phelipe Pelim foi ouro, e Allan Kuwabara, bronze. No outro Aberto, o de Oberwart (Áustria), mais duas medalhas: Leonardo Gonçalves, faturou o ouro, e Rafael Buzacarini, a prata, ambos na categoria até 100 kg. Enquanto isso, o desempenho brasileiro nos dois Grand Slams, principais competições do circuito, foi de apenas uma medalha. Depois de passar em branco na competição de Paris (França), no início de fevereiro, a delegação nacional trouxe o bronze de Düsseldorf (Alemanha), com Rafael Silva (categoria acima de 100 kg), no final do mesmo mês.
Edição: Cláudia Soares Rodrigues