PF identifica conversas de Paulo Bernardo com delator
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PF identifica conversas de Paulo Bernardo com delator
Agenda sugere comunicações de Paulo Bernardo com Otávio Azevedo, executivo da Andrade Gutierrez
10:30| 18/07/2016 Paulo Bernardo - Agenda
A Operação Lava Jato teve acesso a uma agenda de compromissos de 2014, que pertencia ao então ministro das Comunicações Paulo Bernardo (PT-PR). De acordo com as anotações, a agenda indica que Paulo Bernardo era o interlocutor de mensagens interceptadas pela Polícia Federal no telefone do executivo da Andrade Gutierrez Otávio Azevedo.
A reportagem da Folha de S. Paulo destaca que a Polícia Federal apontou que o celular que registrou trocas de mensagens com Azevedo “possivelmente” pertenceria a Paulo Bernardo.
A investigação ficou em dúvida sobre a identidade pois o contato de Azevedo, um celular de Brasília, aparece registrado em nome de duas pessoas ao mesmo tempo: Paulo Bernardo e também João Rezende, possível referência ao presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), pessoa próxima do ex-ministro.
Nas conversas registradas em um aplicativo móvel, o interlocutor de Azevedo cobra a confirmação de “nossa conversa” e um dia depois o empreiteiro informa que “caiu agora”, uma provável referência a um depósito, indica a PF.
A Folha fez um levantamento na agenda de Paulo Bernardo e descobriu que pelo menos três pontos coincidentes que reforçam a suspeita de que o celular era mesmo usado pelo ex-ministro.
A PF diz no relário da Operação Lava Jato que mensagens entre 30 de agosto e 3 de setembro de 2014 “parecem sugerir que Paulo Bernardo estaria questionando Otávio de forma velada acerca de depósito [bancário]”.
PAULO BERNARDO
Em junho deste ano, Bernardo foi preso na Operação Custo Brasil, um desdobramento da Lava Jato, que investiga desvios do Ministério do Planejamento. A publicação refere que ele ficou por seis dias na carceragem e foi solto por ordem do ministro do STF Dias Toffoli, segundo quem não havia motivos que justificassem a manutenção da prisão, como risco de fuga.
O petista é ex-ministro dos governos Lula e Dilma. Paulo Bernardo é suspeito de ter se beneficiado de propina de contratos do Ministério do Planejamento que perduraram de 2010 a 2015.
Além disso, a Operação Lava Jato investiga lobby da Andrade Gutierrez na Anatel no período em que Bernardo era ministro das Comunicações.
OUTRO LADO
Ainda de acordo com a Folha, a advogada do ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo, Verônica Sterman, não negou que ele seja o interlocutor de Otávio Azevedo nas trocas de mensagens.
Segundo a defesa, Bernardo não se recorda em que contexto teria acontecido a conversa, em 2014, na qual Azevedo usou a expressão “caiu agora”.
A advogada também disse em nota que Bernardo possuía o telefone de Azevedo, “assim como o de vários outros empresários, e por vezes se comunicava com eles”.
“Não há nem nunca houve nada de errado ou ilícito no teor dessas conversas. As mensagens são claras e não há qualquer ‘mensagem velada'”, argumentou a advogada.