Eleições devem selar semana de reveses para Bolsonaro
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Eleições devem selar semana de reveses para Bolsonaro
| IDNews®|Brasil | BR Político | Vera Magalhães
Pesquisas mostram desempenho ruim de candidatos apoiados pelo presidente, que viveu derrotas em vários fronts nos últimos dias.
ÏDN – POLÍTICA
Num ano atípico, em que as campanhas foram praticamente fantasmas, os eleitores brasileiros vão às urnas no domingo para eleger prefeitos e vereadores em todo o Brasil, com exceção de Macapá (e, eventualmente, de outras cidades no Amapá, a depender de decisões da Justiça Eleitoral ao longo do fim de semana). Um traço comum das eleições em todo o País é o fraco desempenho de candidatos apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro. Diferentemente do que disse que faria, Bolsonaro mergulhou com gosto na campanha, a ponto de organizar lives diárias na reta final da disputa. Nos lugares em que mostrou a cara, seus pupilos caíram nas pesquisas.
Bolsonaro parece viver a escassez da popularidade, depois da breve bonança trazida pelo auxílio emergencial. O presidente se fiou nesse vento passageiro da melhora na avaliação para voltar a rivalizar com adversários, pisar no acelerador do negacionismo da pandemia e apostar todas as fichas na reeleição de Donald Trump. Não foram boas apostas. Somado ao fato de que o auxílio está prestes a acabar, tem-se a razão para que pesquisas mostrem a volta do desgaste de Bolsonaro em grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro.
A sucessão na capital paulistana é uma das mais imprevisíveis, além de ter alta importância real e simbólica. Não é impossível a vitória de Bruno Covas no primeiro turno (ele tem uma curva semelhante à de João Doria em 2016, que também consolidou a vitória antecipada no último fim de semana), mas há três candidatos que podem enfrentar o tucano num eventual segundo turno.
O debate da TV Cultura, na quinta-feira, mostrou potenciais alianças para a segunda etapa da disputa em São Paulo. Jilmar Tatto (PT) demonstrou propensão a apoiar Guilherme Boulos, o que pode levar eleitores petistas a descarregarem votos no candidato do PSOL na reta final para assegurar que ele vá ao segundo turno. Bruno Covas pode ser depositário de um voto desse tipo: ele tem se encontrado com lideranças religiosas e conservadoras preocupadas com o crescimento de Boulos, pedindo apoio.
Além dos dissabores de seus candidatos nas campanhas, Bolsonaro não teve uma semana nada favorável. Ela termina com o presidente em novo atrito com o vice, Hamilton Mourão, que voltou a fazer o contraponto a declarações e posições de Bolsonaro. Ele reconheceu, por exemplo, a vitória de Joe Biden nos Estados Unidos, isso depois de ridicularizar publicamente a declaração sobre a “pólvora” na relação com os EUA e a de que o Brasil seria um país de maricas. Como não deixa nunca de passar recibo, o presidente tratou de demonstrar sua contrariedade com Mourão e lembrar que algumas pessoas são “indemissíveis”. Acontece que, desta vez, Mourão não faz voo solo: ele vocaliza o sentimento de parte crescente das Forças Armadas, cada vez mais agastadas com as falas desastrosas de Bolsonaro e as humilhações a que ele submete militares com cargos no governo.