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Datafolha em São Paulo: Vice de Covas é desconhecido e visto como pior escolha do que Erundina


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Datafolha em São Paulo: Vice de Covas é desconhecido e visto como pior escolha do que Erundina

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A pesquisa foi encomendada pela Folha de S.Paulo e tem o número SP-0985/2020 no Tribunal Regional Eleitoral. O nível de confiança utilizado é de 95%

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Uma das pedras no sapato da campanha de Bruno Covas (PSDB) à Prefeitura de São Paulo, seu vice Ricardo Nunes (MDB) é um desconhecido para a ampla maioria de seus eleitores: só 6% ouviram falar de seu nome.

Entre eles, o vereador que enfrenta acusações de envolvimento com irregularidades em creches é aprovado como opção de vice por 35%, enquanto 36% acham a escolha regular e 6%, ruim ou péssima.

É o que revela pesquisa do Datafolha, feita com 1.260 paulistanos e paulistanas na segunda (23), com margem de erro de três pontos percentuais. No levantamento, Covas tem 55% das intenções de votos válidos.

Na mão inversa, a escolha de Luiza Erundina (PSOL) para compor a chapa de seu correligionário Guilherme Boulos (45% dos válidos) foi mais acertada aos olhos do eleitorado do candidato.

Ex-prefeita da cidade (1989-1992) pelo PT, Erundina é muito mais conhecida: 68% dos eleitores de Boulos citam seu nome. Entre eles, 81% consideram a escolha acertada, 14% a veem como regular e apenas 4%, como ruim ou péssima.

A propaganda do PSOL e Boulos, sempre que pode, buscam associar a imagem de Erundina, atrás de um lastro de experiência ao candidato a prefeito, nunca eleito a nada. A tática tem seus riscos, dado que a ex-prefeita deixou o cargo com apenas 20% de aprovação.

Do lado tucano, a situação é mais complexa. Nunes não era a opção de Covas para o cargo –ele negociou até a véspera da campanha um nome com Celso Russomanno (Republicanos), que por fim lançou-se candidato, e defendia uma chapa puro-sangue tucana.

O governador João Doria (PSDB), fiador da coalizão de 11 partidos em torno de Covas, buscou um nome do MDB. No horizonte, a formação em nível estadual de uma aliança também com o DEM, já na sua vice no governo, que pudesse ser embrião de um acordo para sua candidatura à Presidência em 2022.

Covas disse, no programa Roda Viva (TV Cultura) na segunda (23), que fez a escolha por Nunes, mas confirmou que ele não era sua preferência.

Para complicar, o nome do vice foi envolvido em casos potencialmente danosos. Uma antiga acusação de violência doméstica de sua mulher, já superada, foi revelada pelo jornal Folha de S.Paulo. Depois, foi demonstrada a ligação de Nunes com empresas investigadas por suposta irregularidade no fornecimento de creches conveniadas à prefeitura.

Covas diz que tudo não passa de campanha difamatória e que confia em seu vice. Mas o tema se tornou incontornável em entrevistas e debates, gerando desconforto.

A campanha tratou de esconder a imagem de Nunes, de resto um desconhecido do grande público, resultando no baixo conhecimento de seu nome atestado pelo Datafolha.

A pesquisa foi encomendada pela Folha de S.Paulo e tem o número SP-0985/2020 no Tribunal Regional Eleitoral. O nível de confiança utilizado é de 95%.

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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