A História da EFA revela detalhes da ferrovia de Araraquara
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A História da EFA revela detalhes da ferrovia de Araraquara
Nos debates da palestra surgiu a denúncia de descarte irregular de arquivos correntes históricos da época das ferrovias araraquarenses que foram achados recentemente em empresa de reciclagem de resíduos sólidos para serem destruídos
02SET2017| 7:44 - THÉO BRATFISCH
Como promoção da Câmara Municipal ao bicentenário de Araraquara, foi realizada no dia 30 de agosto, a palestra ‘A História da EFA’, sobre a Estrada de Ferro de Araraquara, proferida pelo pesquisador, escritor e relações públicas, Rafael Prudente Corrêa Tasse. Possui um currículo admirável que já seria uma palestra, como apresentou o vereador Elias Chediek, presidente da CEE Parque dos Trilhos aos vereadores membros, Edson Hel e Paulo Landim que compuseram a mesa dos trabalhos, ao presidente da Câmara, Jéferson Yashuda e ao seleto público presente.
A palestra reveladora apresentou a linha do tempo da história da ferrovia no país, trecho a trecho, onde a EFA sempre foi protagonista. Roteirizou graficamente, os projetos e implantação da primeira ferrovia no estado, a Estrada de Ferro de Santos a Jundiaí, inaugurada em 14 de fevereiro de 1867, e chegou à Estrada de Ferro Araraquara, inaugurada em 9 de novembro de 1896 e dois anos depois fizeram construir a estação no distrito rural em 1898, acompanhando-se a expansão cafeeira em fins do século XIX pela região da Araraquarense, para escoamento do café dos fazendeiros da região objetivando o escoamento do produto.
Também foi exibido o documentário a ‘História da ferrovia’, elaborado pelo setor de comunicação da TV Câmara Araraquara, conta com inúmeros depoimentos que ilustram a história da ferrovias Companhia Paulista e Estrada de Ferro de Araraquara, que conviveram instaladas no município, lado a lado dividindo as plataformas da Estação Ferroviária de Araraquara, seguida da Estação de Bueno de Andrada, cada um a seu próprio tempo, até os dias de hoje, com remoção dos trilhos.
Dentre os presentes, o presidente da ABATur – Associação de Bueno de Andrada para Cultura e Turismo Rural, Théo Bratfisch, membro da Comissão de Preservação e Memória Ferroviária da CEE Parque dos Trilhos, lembrou ele que existem projetos para implantação do Trem Turístico entre as estações ferroviárias da cidade com a estação de Bueno de Andrada, com parada no Parque Pinheirinho, para promoção do Turismo Rural, como também, para o VLT – Veículo Leve sobre Trilhos, como espinha dorsal para transporte de passageiros interligado por terminais urbanos de ônibus circulares nos bairros, como politica de mobilidade urbana que se estrangula na área central com problemas estruturais. Formada há 16 anos, na Câmara Municipal de Araraquara, essa Comissão mista é formada por membros da sociedade civil, órgãos públicos, entidades e instituições públicas e privadas estuda projetos para ocupação da orla ferroviária desocupada em trecho no perímetro urbano em área central de Araraquara.
Bratfisch, sugeriu ao presidente da CEE Parque dos Trilhos que numa possível segunda edição do documentário exibido, seja incluído trechos das discussões do projeto para o Trem Turístico e criticou a comunicação municipal sobre a questão ‘remover os trilhos’ do perímetro urbano, que ignora o esclarecimento público para a preservação e utilização das linhas férreas em âmbito municipal. Precisa esclarecer honestamente a população que ‘remover trilhos’ não significa a mesma coisa que ‘interromper circulação de trens de cargas em perímetro urbano’, o que já não acontece com o desvio da nova linha férrea até Tutóia no entorno do Parque Pinheirinho. Os trens que ainda circulam na orla urbana são apenas para manobras de oficinas que serão transferidas para o novo pateo de Tutóia. O Ministério Público Federal acompanha este caso para eventual intervenção se necessário.
Outro membro da CEE Parque dos Trilhos, o historiador Domingos Carnesecca Neto, denunciou a destruição e o descaso público de quem deveria zelar, com arquivos (correntes) da estrada de ferro de Araraquara, dentre muitos outros. Segundo ele, o patrimônio cultural (fundo de arquivo acumulado) estaria passando por ‘limpeza’ que está sendo feita por uma equipe voluntariada da Secretaria da Cultura e Fundart, sem qualquer critério técnico para a preservação dessa memória ferroviária, salve-se o que restar para contar a nossa história para as futuras gerações e o fato grave precisa ser esclarecido. Existe legislação específica para o descarte de arquivo público. Boa parte dos arquivos das ferrovias de Araraquara se mantém aos cuidados do arquivo municipal de Rio Claro.
Tasse é autor do livro, ‘Locomotivas Elétricas da Companhia Paulista de Estradas de Ferro – Eletric Locomotives of de Paulista Railway Company”. A obra Locomotivas Elétricas da Companhia Paulista de Estradas de Ferro resgata a história da maior frota de locomotivas elétricas pertencente a uma única ferrovia brasileira, pioneira na introdução da tração elétrica no País, desde a aquisição até a retirada de serviço e baixa patrimonial, destacando para cada modelo o processo de compra, as características estéticas e técnicas e os procedimentos operacionais. Todo colecionador precisa ter um exemplar em capa dura ou edição brochura.
Um exemplar do livro autografado pelo autor foi doado para a Biblioteca Municipal Mário de Andrade de Araraquara. Saiba mais sobre ‘Locomotivas Elétricas da Companhia Paulista de Estradas de Ferro no site www.trem.org.br