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A vida secreta das prostitutas veteranas que trabalham em parque histórico de São Paulo 


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A vida secreta das prostitutas veteranas que trabalham em parque histórico de São Paulo
   Em uma típica manhã de terça-feira, é possível observar crianças e adultos correndo, senhoras mais velhas sentadas nos bancos e homens caminhando pela alamedas.

8:33 |ID News/BBC News/Leandro Machado|2018AGO08| -

Você pode entrar no Jardim da Luz, o mais antigo parque de São Paulo, e ter a impressão de que ele é só uma área comum de lazer. Em uma área arborizada de 113 mil m² ao lado da Estação da Luz e da Pinacoteca do Estado, ele abriga 67 espécies de aves (de espécies como frango-d’água-azul, irerê, socó-dorminhoco), animais inusitados como bichos-preguiça, lindas árvores como alecrim-de-campinas, chichás e jenipapeiras, um aquário e uma gruta – degradados –, um coreto e uma antiga casa de chá.

Em uma típica manhã de terça-feira, é possível observar crianças e adultos correndo, senhoras mais velhas sentadas nos bancos e homens caminhando pela alamedas. Mas há algo abaixo da superfície, um submundo.

Uma movimentação diferente, uma espécie de jogo às escondidas. Um homem se senta em um dos bancos, conversa com uma mulher entre risinhos e recusas. Flerte ou negociação? Os dois então se decidem, levantam e saem do parque para um dos pequenos hotéis do entorno. Historicamente, a área verde é um ponto de prostituição, principalmente de mulheres mais velhas – poucas têm menos de 40 anos.

Nos últimos meses, elas sofrem com a perspectiva do local ficar sem os vigilantes particulares, profissionais que, de certa forma, garantem a segurança do espaço. “Como vou fazer do lado de fora? A gente fica escondidinha aqui dentro, segura. Minha família toda vai descobrir”, diz Amélia, de 45 anos, 20 deles na prostituição no parque. (Os nomes das prostitutas nessa reportagem foram trocados, a pedido delas).

Em julho, a gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB) suspendeu contratos de zeladoria, limpeza e segurança nos parques da cidade – medida depois revogada. Segundo o jornal O Estado de São Paulo, a secretaria do Verde e Meio Ambiente, responsável pelos locais, vem pedindo mais dinheiro para honrar compromissos com as empresas terceirizadas. A reportagem da BBC News Brasil conversou com funcionários terceirizado do Jardim da Luz, que relataram não saber se continuarão a trabalhar depois de agosto.

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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