ACIA fecha parceria com Operação Acolhida, e atua na região para acolher refugiados venezuelanos
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ACIA fecha parceria com Operação Acolhida, e atua na região para acolher refugiados venezuelanos
| IDNews|Brasil | ACIA | Hamilton P. Mendes
IDN/Interior/Araraquara
O acolhimento de refugiados venezuelanos foi discutido na Associação comercial e Industrial de Araraquara. A entidade recebeu em seu auditório o Coronel Jackson Wong, membro da Operação Acolhida, criada pelo governo federal em Roraima com o intuito de acolher com dignidade os refugiados venezuelanos que fogem da miséria e da repressão em seu país.
Araraquara foi uma das únicas três cidades do interior do estado de são Paulo visitadas pelo coronel. As outras foram são José do Rio Preto e Ribeirão Preto. Todas aderiram ao projeto e firmaram parceria com a Operação humanitária capitaneada pelas Forças Armadas do Brasil.
A Operação promove a interiorização pelo País de refugiados venezuelanos que tenham especialização em alguma área profissional, e possam se estabelecer no Brasil sem prejudicar cidadãos brasileiros no mercado de trabalho.
Evento na ACIA
Justamente com o intuito de ter maior conhecimento sobre a operação desenvolvida pelas Forças Armadas brasileiras, a ACIA Araraquara promoveu na última semana um café da manhã em parceria com o Exército Brasileiro para conhecer mais sobre a Operação Acolhida e falar sobre o mercado de trabalho com a mão de obra estrangeira.
Durante o evento, que além de representantes da diretoria da ACIA, contou com a presença do presidente do Sinhores, Fernando Pachiarotti e da representante da Coordenadoria de Direitos Humanos da Prefeitura, Ana Carolina, o coronel Wong discorreu longamente sobre a dura realidade enfrentada pelos venezuelanos em fuga, bem como de todos os detalhes que envolvem a ação dos militares e civis envolvidos na Operação Acolhida. Ele mostrou também vídeos explicativos sobre o funcionamento da Operação.
Quase 7 milhões de refugiados pelo mundo
Desde 2017, quase 7 milhões de venezuelanos já deixaram seu País, e destes, 500 mil refugiados chegaram a Roráima, onde o Exército, com apoio das entidades envolvidas já construíram inúmeros postos de acolhimento, barracas e postos de triagem para receber as pessoas em fuga.
Importante ressaltar, que antes da Operação ser viabilizada pelo governo federal, os homens, mulheres e crianças em fuga não tinham onde ficar, passando a morar literalmente nas ruas. Muitos deles com diploma universitário, especializados em alguma área e com uma moradia própria e uma vida construída naquele país (vide vídeos publicados pela página no facebook).
Como funciona
Baseada em três pilares, Acolhimento, Triagem e Interiorização, a Operação acolhida recebe os refugiados na fronteira, encaminha aos postos e abrigos, realiza a triagem (momento em que muitos são vacinados e alimentados), e somente após isso é que busca viabilizar a interiorização do refugiado para outras partes do País.
A operação conta com apoio de todos os Ministérios e da Policia Federal, emitindo todos os documentos necessários e realizando os procedimentos legais, e humanitários, para transferir as famílias de refugiados para as cidades onde terão trabalho e reiniciarão suas vidas.
Depois de selecionados pelos empresários, os venezuelanos seguem para as cidades de destino desde Roraima (partem em aviões da FAB e depois ônibus do Exército). As despesas com moradia têm uma garantia de três meses por parte da Operação, passado esse tempo os venezuelanos devem passar a responder por suas obrigações.
Parceria com Araraquara
Motivada por razões humanitárias, a entidade firmou parceria com a Operação Acolhida e pretende desenvolver ações junto ao empresariado local viabilizando emprego aos imigrantes.
“A Operação é espetacular, na medida em que abre portas, mas deixa o sucesso do empreendimento nas mãos do refugiado. Ele tem de trabalhar e se empenhar para continuar merecendo o apoio. A ideia não é promover o assistencialismo. É viabilizar um caminho para ele literalmente sair nadando e ganhar sua própria vida. Tenho convicção que será a operação será um rico intercâmbio cultural entre cidadãos dos dois países”, afirmou o presidente da ACIA Araraquara, José Janone Júnior.
Quem também falou sobre o assunto foi Luiz Fernando Petroni, vice-presidente da ACIA e proprietário de uma conceituada oficina na cidade. “O coronel explicou que as empresas que tiverem vagas para profissionais especializados, poderão selecionar os interessados por vídeo conferência, ou mesmo pessoalmente, se for o caso. Creio que a operação será um grande sucesso”, destacou.
A representante Prefeitura Municipal, Ana Carolina, colocou a Coordenadoria dos Direitos Humanos do município a disposição da ACIA e dos demais envolvidos na parceria com a Operação. A ideia é criar uma rede oficial de atendimento aos refugiados que se instalarem na cidade. “Não basta arrumar emprego para eles. Seus filhos vão precisar de vagas nas escolas, de atendimento na área da Saúde e ademais. É importante que todos trabalhem juntos”, ressaltou a profissional.
“Estou muito satisfeito com os resultados obtidos em Araraquara. Trata-se de uma cidade moderna, bem organizada e com entidades fortes. Vou embora feliz com a parceria firmada com a ACIA e tenho convicção de que tudo dará certo”, enfatizou o coronel Jackson Wong à reportagem.