Alunas de Medicina da Uniara estudam componentes de resíduos de manga para bioimpressão
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Estudo de Rafaella Penaroti Ramazzini e Gabriela Peron Bortoletto é orientado pelo professor Rodrigo Alvarenga Rezende
As estudantes do curso de Medicina da Universidade de Araraquara – Uniara, Rafaella Penaroti Ramazzini e Gabriela Peron Bortoletto, estão desenvolvendo o “Estudo da Pectina e da celulose de fonte de resíduos vegetais para a bioimpressão”, orientadas pelo professor do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Medicina Regenerativa e Química Medicinal – PPGB-MRQM da instituição, Rodrigo Alvarenga Rezende.
O trabalho foi apresentado no I Congresso de Iniciação Científica em Biotecnologia e VI Fórum de Iniciação Científica do Programa de Iniciação Científica em Biotecnologia – PICBiotec da universidade.
“O conteúdo abordado trata da utilização de componentes de resíduos do caroço e casca da manga, que são normalmente descartados sem qualquer aproveitamento. Esses componentes como, por exemplo, celulose e pectina, estão sendo estudados para poderem ser aproveitados em uma tecnologia chamada de bioimpressão 3D”, iniciam as alunas e o docente.
Eles explicam que a bioimpressora utiliza a biotinta como a tinta de uma impressora de papel caseira. “O objetivo é transformar a pectina e a celulose em um biomaterial que possa ser carregado com células humanas e que garanta a proteção e a sobrevivência dessas células. A bioimpressora poderá então imprimir estruturas 3D, vivas ou não, que ajudem, no futuro, a recuperar tecidos ou órgãos humanos com problemas. A pectina e a celulose possuem características antioxidantes e cicatrizantes, por exemplo”, detalham.
Com o estudo em andamento, os três mencionam que “obtivemos conclusões parciais a respeito da reometria dos géis utilizados”. “Observamos que, em relação à viscosidade, eles apresentam um comportamento não newtoniano pseudoplástico; em relação à citotoxicidade, as substâncias usadas – pectina, mucrocelulose vegetal, microcelulose da manga – não demonstraram comportamento citotóxico”, afirmam.
Os materiais utilizados para formação do hidrogel são de fontes vegetais, e normalmente depositados em aterros sanitários, de acordo com Ramazzini, Bortoletto e Rezende. “O seu aproveitamento promove o conceito de economia circular e gera valor agregado. A bioimpressão, que depende de biotintas que possuem propriedades de biodegradabilidade e não-toxicidade, além de vários outros fatores, pode se beneficiar desses insumos”, destacam.
Ainda segundo eles, no futuro, a bioimpressão poderá ser um “divisor de águas” na fabricação de tecidos e órgãos humanos, “o que poderá solucionar o grave problema da carência de órgãos saudáveis e compatíveis para transplantes, que acarreta longas filas de pacientes que, na grande maioria das vezes, não podem ser atendidos e não resistem”.
Ramazzini, Bortoletto e Rezende mencionam também que o trabalho é apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, que financiou dois anos de bolsa do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC de iniciação científica (Processo 128728/2022-1), da qual Ramazzini foi beneficiária no último ano.
“O projeto é também apoiado pelo Programa Centelha, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP – Processos 2022/14860-0 e 2022/16520-2 -, que possui um objetivo um pouco diferente, mas que também estuda a pectina e celulose com uso da impressão 3D. Adicionalmente, foi concluído um mestrado no PPGB-MRQM em 2023, cujo aluno Mackson Ferraresi foi apoiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, também orientado por Rezende”, finalizam.
Além das alunas e do docente, participam do projeto professores e estudantes de diferentes laboratórios da Uniara – NUT3D, BioPolMat e NITE -, além de pesquisadores de três startups de Araraquara – Natcrom, BioSmartNano e 3DBioEng – e outras universidades do Brasil e do exterior, como a Universidad Simón Bolívar, da Venezuela.
Informações sobre o curso de Medicina e o PPGB-MRQM podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br ou pelo telefone 0800 55 65 88.
| IDNews® | Beto Fortunato | Via Assessoria de Imprensa Uniara|