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Educação & Cultura

Alunas de Psicologia da Uniara analisam, em trabalho, comportamentos que influenciam na agressividade masculina


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Estudo foi desenvolvido na disciplina de Tópicos de Pesquisa Científica, ministrada pela professora Solange Luiz

EDUCAÇÃO: PSICOLOGIA


As alunas do curso de Psicologia da Universidade de Araraquara – Uniara, Alice Andrade Paez, Cristiane Aparecida Lopes Grigolato, Cristiane Regina Simões Mourão e Renata Conçolaro, desenvolveram o trabalho “A agressão por trás de um agressor: como a cultura da violência constrói homens agressores” na disciplina de Tópicos de Pesquisa Científica, ministrada pela professora Solange Luiz.

“Quando falamos a respeito de agressão masculina, automaticamente somos levados a discutir sobre a repercussão disso diante da sociedade, como as vítimas, em sua maioria mulheres, podem e devem ser amparadas, o que é completamente válido, visto que, só no ano de 2021, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma mulher foi morta por feminicídio a cada sete horas e estuprada a cada dez minutos. Porém, nesse projeto, escolhemos olhar o que está por trás de tanta violência: por que os homens agridem tanto?”, questionam as estudantes.

Elas apontam que “existem inúmeros fatores sociais que geram essa questão da violência, mas um deles é a própria construção do ser masculino e da masculinidade”. “Esse processo se inicia ainda na infância e faz com que os meninos idealizem sua autoimagem com base nos valores impostos por meio das organizações sociais, como família, escola e religião. Dessa forma, repetem comportamentos considerados convenientes para seu gênero. São normas e modelos de ser socialmente, que são indiretamente impostos”, explicam.

Esses modelos, de acordo com o grupo, são carregados de opressão e vêm sendo reproduzidos desde formações sociais bastante antigas. “Relações de poder são provenientes desse modelo, então desde crianças, homens são ensinados e estimulados a manifestarem seus sentimentos e desejos de forma imponente. Não se pode chorar, nem ficar triste ou frágil. As frustações podem ser sentidas de formas agressivas, então a raiva é validada. É comum ouvirmos: ‘ah, ele está bravo porque não foi bem em uma prova, tudo bem’, por exemplo. E mais comum ainda ouvir: ‘não chora, menino, que bobagem chorar por isso’”, colocam Paez, Grigolato, Mourão e Conçolaro.

Nesse contexto, o trabalho “buscou destrinchar de onde vêm esses comportamentos e como ficaram tão consolidados na sociedade, visto que influenciam diretamente a agressividade, quando homens adultos”. “Também pudemos perceber que a masculinidade tem uma carapaça que pode ser vista como forte e imbatível, mas se presenciada de perto, é frágil e necessita da validação externa”, dizem as graduandas.

As integrantes do grupo comentam que “essa criação, que é opressora com imposições de normas, ignora a individualidade, os desejos e as manifestações de sentimento”. “A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, de 2008, revela que estudos comparativos entre homens e mulheres têm comprovado o fato de que os homens são mais vulneráveis às doenças, sobretudo às graves e crônicas, e que morrem mais precocemente. A despeito da maior vulnerabilidade e das altas taxas associadas à morte, os homens não buscam os serviços de atenção primária”, alertam.

Outro ponto mencionado é a reprodução de comportamentos que perpetuam a agressividade e transformam meninos, ainda crianças, de modo a seguirem um padrão que não é pré-estabelecido biologicamente, de acordo com Paez, Grigolato, Mourão e Conçolaro. “É possível mudar o percurso da sociedade se houver disposição em aprofundar a temática e buscar raízes de tais condutas do papel masculino”, avaliam.

Com o desenvolvimento do trabalho, “conseguimos nos aproximar de uma temática muito discutida, mas por um ângulo diferente, e iniciar um debate em relação à construção dos papeis sociais e suas consequências concretas”. “Não adianta apenas remediar o problema gerado, que claro, reafirmamos que precisa seguir em evidência. Mas acreditamos que está no momento de olharmos também para as causas de tanta violência e agressão que vemos hoje em dia”, salientam as estudantes.

Também foi importante perceber, segundo elas, como as políticas sociais de saúde direcionadas aos homens carecem de atenção e especialização. “Foi uma das últimas diretrizes de cuidado implementada dentro do Sistema Único de Saúde – SUS, e precisamos seguir trabalhando para fortalecê-la”, ressaltam.

Luiz coloca que a disciplina ministrada “foi importante para o desenvolvimento das capacidades do aluno para aprofundar os conhecimentos na elaboração de projeto de pesquisa científica”. “De forma extremamente produtiva e dinâmica, por meio das orientações dos grupos, as construções de temáticas atuais e relevantes foram surgindo e, assim, proporcionaram aos estudantes uma experiência inovadora em aprendizado com pesquisas em levantamentos de dados e buscas em referências bibliográficas”, detalha a docente.

Ela conta que “foi gratificante ter ministrado essa disciplina, pois isso gerou um aprofundamento dos conhecimentos em vários âmbitos”. “Outro fator foi a contribuição para o amadurecimento e para a capacidade intelectual do aluno em questionar e ter curiosidade para solucionar e discutir os problemas apresentados”, finaliza.

Informações sobre os cursos de Psicologia da Uniara podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br ou pelo telefone 0800 55 65 88.

| IDNews® | Beto Fortunato | Via Assessoria de Imprensa Uniara|

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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