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Alunos denunciam casos de racismo em universidades de São Paulo


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Alunos denunciam casos de racismo em universidades de São Paulo
Suspeitos foram indiciados pelo crime de racismo

9:05 |CRIME DE RACISMO | 2018MAI14 

Estudantes de três universidades de São Paulo denunciaram casos de crime de racismo ocorridos no ambiente acadêmico, envolvendo colegas e até professores. “Achei esse escravo aqui no fumódromo! Quem for o dono, avisa” e “Odeio pretos e pardos falando muito alto” são algumas das frases denunciadas pelos estudantes, em reportagem reproduzida no último domingo (13) no programa Fantástico, da Rede Globo. A data celebrava 130 anos da assinatura da Lei Áurea, que colocou fim à escravidão no Brasil.

Um dos casos relatados na reportagem ocorreu na Faculdade Fundação Getúlio Vargas. Em uma das instituições mais reconhecidas do país, o estudante João Gilberto foi fotografado sem o seu consentimento, enquanto aproveitava o intervalo das aulas. Ele teve a sua imagem reproduzida nas redes sociais, acompanhada de comentários como “escravo” em um grupo de mensagens de alunos da instituição.

“Os coordenadores do meu curso me chamaram, porque eles tinham recebido uma denúncia anônima, e eles mesmos relataram o que tinha acontecido”, comentou João Gilberto à reportagem.

O suspeito de postar a publicação há dois meses, o universitário Gustavo Metropolo, foi suspenso da faculdade por 90 dias, mas na semana passada conseguiu voltar a frequentar as aulas por meio de uma liminar da Justiça. Ele foi recebido com uma série de cartazes preparados por outros alunos, com frases como “racistas não vão assistir aula ao nosso lado” ou “lugar de criminoso é na cadeia e não na sala de aula”.

No Instituo Federal de Ciência e Tecnologia de São Paulo também houve protestos. “Racistas, golpistas, não passarão!”, repetiam os alunos em uma manifestação contra uma atitude racista do professor José Guilherme de Almeida. No último dia 10 de março, o professor postou um texto nas redes sociais dizendo ““Odeio pretos e pardos falando muito alto e comendo de tudo por muito tempo, em bandos”.

Outro caso foi registrado na Casper Líbero, envolvendo uma professora do curso de Publicidade e Propaganda. Segundo uma das alunas, barbara Gonçalves, dois meses atrás a professora Cristiane Zovin teria dito a frase “Sempre quis tocar no cabelo d eum negro”. Em seguida, teria tocado no seu cabelo. “Eu senti como seu eu fosse um objeto de várias das pesquisas delas”, disse a estudante.

“O pessoal pensa que racismo é você xingar alguém de macaco ou agredir uma pessoa negra, ou impedi-la de entregar em algum local por ela ser negra. Mas o racismo também está nessa microagressão”, completou a aluna Beatriz Magalhães.

O aluno da FGV e o professor do Instituto Federal foram indiciados pela lei de racismo. O primeiro disse que família estava tentando entender o que se passava com a postagem, já que o celular teria sido roubado. A direção da faculdade contou que na época da postagem o aluno assumiu a autoria da foto e do texto, razão pelo qual havia sido suspenso.

Já o professor José Guilherme de Almeida também postou um texto reconhecendo que “realizou uma publicação infeliz”, mas não se reconheceu como racista. O Instituto enviou uma nota informando que foi aberta uma sindicância e que afastou o professor, hoje licenciado por motivos de saúde. A professora da Casper Líbero também foi desligada da universidade.

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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