Policia

Apoiador de Lula levou 70 facadas de bolsonarista em MT, mostra exame


Warning: Trying to access array offset on value of type bool in /usr/storage/domains/i/idnews.com.br/www/wp-content/plugins/wp-social-sharing/includes/class-public.php on line 81

Benedito foi morto pelo bolsonarista Rafael Silva de Oliveira, 24, na noite do dia 7 de setembro em uma área rural da cidade de Confresa (a 1.160 km de Cuiabá).


O exame de necropsia da Polícia Civil de Mato Grosso concluiu que o apoiador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Benedito Cardoso dos Santos, 44, morreu em decorrência de um choque hipovolêmico provocado por 70 golpes de faca e machado.

Benedito foi morto pelo bolsonarista Rafael Silva de Oliveira, 24, na noite do dia 7 de setembro em uma área rural da cidade de Confresa (a 1.160 km de Cuiabá). O suspeito, que declarou voto ao presidente Jair Bolsonaro (PL), foi preso horas depois do assassinato.

Mateus Ross, advogado que defende Oliveira, disse que só se manifestará nos autos.

Inicialmente, a Polícia Civil havia informado que o corpo tinha sido encontrado com 15 perfurações de faca.

Segundo laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), a maioria das perfurações concentra-se na cabeça e pescoço. A perícia ainda concluiu que o agressor “além de usar uma faca tentou decapitar a vítima com um machado”.

“A maioria das lesões está concentrada na região da cabeça e pescoço, evidenciando que o agressor queria chegar ao evento final de morte da vítima”, diz o laudo.

No exame, ainda foram localizados 56 ferimentos no rosto e na cabeça de Santos, incluindo a lesão no pescoço. As outras lesões foram encontradas nas costas e no abdome, bem como ferimentos nas mãos, compatíveis com tentativa de defesa.

Benedito Cardoso dos Santos era o caçula de quatro irmãos que nasceram em Rio Verde, em Goiás. Apegado à mãe, Maria de Lurdes, era uma criança carinhosa e brincalhona, lembra o irmão, Paulo Santana, 46.

Com quatro anos de idade, Bene, como era chamado por familiares e amigos, deixou o estado de Goiás e foi com a família para o município de Santana do Araguaia, no Pará. O pai trabalhava com garimpo, e todos se alojaram no distrito de Barreira velha.

O casal se separou, e Santos ficou com a mãe, estudando, sem ir para o garimpo como o pai. Com 14 anos, a mãe morreu, o que o obrigou a seguir para o trabalho braçal. “Ele aprendeu a andar de moto e a mexer com motosserra. Então começou a fazer esses serviços, como cortar árvore, madeira. Sempre fazendo esse tipo de serviço”, lembra o irmão.

Santos, então, foi morar com o irmão. “Ele adorava pescar. Era uma pessoa brincalhona, ria de tudo, fazia piada”.

Santana apelidou Bene de “pé de pano”, pois sempre estava tranquilo, com passos lentos e de bem com a vida –a alcunha era uma referência ao cavalo do desenho animado “Pica-Pau”.

O caçula, lembra, também era brincalhão quando o assunto era política. “Ele escolhia o seu candidato e pronto. Brincava com quem votava contra, mas nada radical. Ele era medroso, não gostava de confrontava ninguém”, diz o irmão, questionando os argumentos que viu do suspeito preso.

Benedito Santos não deixou filhos. Ele se relacionou com mulheres mais velhas e que já tinham filhos.

“Agora as coisas estão mais calmas. A gente já voltou a nossa rotina e vamos lembrar dele sempre como um cara brincalhão e tranquilo”, disse Santana.

A reportagem procurou a família da Rafael Silva de Oliveira, responsável pelo assassinato e réu confesso, mas parentes não quiseram se pronunciar.

A Folha conversou com o psiquiatra Werley Perez, que chegou a avaliar Rafael Oliveira em 2020 durante o início da pandemia. Conforme o médico, uma irmã dele ingressou com uma ação na justiça para interná-lo compulsoriamente, mas o pedido foi negado pela Justiça.

Segundo Perez, Oliveira chegou em seu consultório em surto psicótico com ideação homicida. “Isso significa que ele tinha pré-disposição a violência em surto. Ele tinha desejo de matar. E só digo isso porque o processo se tornou público e tive que me posicionar”, disse.

O psiquiatra disse que o consultou uma vez. Após observar o comportamento e conversar com ele, e ouvir relatos da irmã, ele diz que Oliveira representava risco para terceiros, já que tinha pensamentos homicidas.

Ainda segundo Perez, não houve um diagnóstico mais conclusivo porque Rafael nunca mais voltou. “Mas pelas características que ele apresentou, ele pode ser incluído em um quadro de esquizofrenia, com transtorno de personalidade. Mas isso a gente só pode concluir com acompanhamento”.

| IDNews® | Folhapress | Via NMBR |Brasil

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *