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Após processo, Luísa Sonza diz que sua responsabilidade agora é ser antirracista


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O fato ocorreu em setembro de 2018 quando pediu que a mulher pegasse um copo d’água para ela


Processada em caso de racismo, a cantora Luísa Sonza, 24, publicou uma carta aberta de retratação em suas redes sociais e voltou a pedir desculpas a uma advogada negra confundida por ela como funcionária de uma pousada onde a cantora estava. A artista responde em uma ação de danos morais e já revelou que pagará a indenização ao se declarar culpada. O fato ocorreu em setembro de 2018 quando pediu que a mulher pegasse um copo d’água para ela.

“Eu reconheço que a maneira com que me dirigi a sra. Isabel traduziu um ato de reprodução do racismo estrutural, o que de maneira nenhuma foi a minha intenção. Nesse contexto, venho a público pedir desculpas não somente a ela, mas a todos aqueles que já experimentaram as consequências do racismo estrutural”, diz um trecho da carta. Não é possível saber se a carta foi uma obrigação da Justiça.

Em uma série de vídeos, Sonza, que cancelou uma turnê pelo caso, explica melhor o que tem aprendido com todo esse caso. “Entendi que esse processo não era sobre a indenização, mas sobre o direito e o desespero de ser ouvida por uma situação que acontece diariamente com as pessoas e que a gente faz o tempo todo sem saber que está fazendo”, começa.

“Minha decisão a partir do momento em que entendi tudo isso foi primeiro resolver todas as questões com a Isabel e também judicialmente. A nossa educação, nossa sociedade e nossa estrutura inteira são racistas. Não é que nós, brancos, temos culpa do que nossos antepassados fizeram, mas a gente tem a responsabilidade de mudar essa estrutura”, emenda.

De acordo com a cantora, a partir desse episódio ela conseguiu estudar a fundo a questão racial e explica que agora “é mais ainda uma responsabilidade minha falar sobre isso e ser uma pessoa de fato antirracista que tenta não contribuir para que isso siga existindo”.

No processo movido contra Luísa, a advogada relatava que não era demérito nenhum ser empregada, pois ela já havia trabalhado nessa área. Mas que a questão era o rótulo que uma pessoa negra recebia diariamente. “Por que a branquitude sempre nos enxerga nessa posição de serviçal? Por que nos entendem como pessoas que só podem servi-los, mas nunca como pessoas que podem consumir, viver e viajar como eles?”, questionou Isabel à época em entrevista ao site Notícia Preta.

| IDNews® | Folhapress | Via NMBR |Brasil

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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