Araraquara tem 97% dos leitos de UTI e 90% dos leitos de enfermaria ociosos
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Araraquara tem 97% dos leitos de UTI e 90% dos leitos de enfermaria ociosos
| IDNews®|Brasil | Hamilton Guimarães P. Mendes
IDN – Interior – Araraquara
Passados quase dois meses completos desde o início da adoção da quarentena no estado de São Paulo em razão do avanço da pandemia do Coronavírus em território nacional, Araraquara tem cerca de 97% dos leitos de UTIs especialmente criados para atender pacientes do Covid 19 completamente ociosos, e 90% dos leitos de enfermaria em situação idêntica.
O levantamento, realizado pelo vereador Elias Chediek, é todo ele baseado em números oficiais divulgados pela Secretaria Municipal da Saúde, e foi apresentado em videoconferência realizada no final da última semana por entidades empresariais da cidade.
O evento, organizado pela ACIA Araraquara, Sincomércio e SinHores, teve a participação de empresários e cidadãos, que fizeram perguntas e conheceram a real estrutura da cidade para enfrentar o problema.
De acordo com os números, Araraquara se preparou muito bem e com extrema competência para o enfrentamento ao vírus, saindo na frente da grande maioria dos municípios brasileiros, criando novos leitos e viabilizando uma estrutura bastante acima da média nacional.
Para conhecer melhor essa estrutura (e estamos falando somente daquela disponibilizada pela Rede pública municipal. Não entram aqui os leitos dos hospitais particulares), Araraquara conta hoje com 125 leitos. Todos eles especialmente criados para receber apenas os pacientes do coronavírus.
São 10 leitos de UTI e 16 leitos de Enfermagem na Santa Casa; mais 10 leitos de UTI e 10 de enfermagem no Hospital de Américo, mais 9 leitos de UTI e 20 de enfermagem na UPA da Vila Xavier, e mais os 20 de semi-UTI e 30 de enfermagem disponibilizados pelo recém-inaugurado Hospital de campanha, instalado na antiga Honda.
Com tamanha estrutura, e mesmo diante de todas as críticas das autoridades estaduais quanto aos índices de isolamento social na cidade, Araraquara registrou (de 24 de abril até aqui), uma média de 7,3 internações por dia em leitos de enfermaria. Ou seja: menos de 10% dos 76 leitos disponíveis foram ocupados desde então.
No caso dos leitos de UTI os números são ainda mais representativos, visto que a cidade registrou em média 1,3 internações por dia, deixando 97% dos leitos disponibilizados para o combate ao Coronavírus completamente ociosos.
Situação completamente diversa daquela enfrentada na capital do estado, e na baixada santista, onde os leitos estão próximos de entrar em colapso. Importante ressaltar que ambas as situações já eram esperadas. A capital tem o maior aeroporto do país e é desde os primeiros dias o epicentro da pandemia no Brasil, enquanto a baixada tem o principal Porto do Brasil e só conta com um hospital.
Ainda assim, a economia de Araraquara segue completamente paralisada, com todo seu comércio fechado, empresas desaparecendo e com elas milhares de empregos diretos e indiretos.
Conversando com a reportagem, José Janone Júnior, Toninho Deliza e Fernando Pachiarotti, presidentes da ACIA Araraquara, Sincomércio e SinHores, apelaram mais uma vez para o bom senso das autoridades municipais, e mesmo estaduais, para que elas revejam, ou pelo menos segam ao pé da letra os critérios estabelecidos para justificar o isolamento social nas cidades do estado.
De acordo com palavras do próprio governador, a flexibilização em São Paulo somente será possível quando uma cidade apresentar taxa de ocupação de leitos abaixo de 68% e casos de registro de novas doenças e mortes em queda.
Ou seja: segundo os critérios estabelecidos pelas próprias autoridades estaduais, e embora Araraquara seja a cidade que mais testa em todo o Brasil, o avanço do Coronavírus por aqui nunca teria chegado a justificar o total isolamento pelo qual a cidade está passando desde 24 de março.
“Precisamos retomar a economia, ingressar na 2ª fase do combate ao Coronavírus, que é o da convivência segura com o vírus. Uma retomada gradual e baseada em rígidas normas sanitárias é urgente. O preço a pagar já está muito alto, mas precisamos tentar salvar o que ainda está de pé”, disseram.