Banco Mundial classifica como ‘deplorável’ a Infraestrutura no Brasil
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Banco Mundial classifica como ‘deplorável’ a Infraestrutura no Brasil
O órgão destaca que falta de planejamento e de bons projetos são os principais inibidores de empresas estrangeiras investirem no Brasil
7:45| 19/06/2016 Barreira Econômica
O Banco Mundial (BM), órgão internacional que financia projetos de desenvolvimento, confirmou um diagnóstico que já era razoavelmente conhecido no Brasil: o mercado de construção é fechado no país, o que auxilia a formação de cartéis e corrupção.
“As empreiteiras aqui estão sossegadas”, constatou Paul Procee, diretor para infraestrutura do Banco Mundial no Brasil, chegado recentemente da China.
No início deste ano, o banco terminou um diagnóstico sobre o cenário brasileiro para basear sua política de relacionamento com o país para os próximos quatro anos e apontou que será necessário resolver problemas no setor de infraestrutura –classificado como “deplorável” no documento– se realmente quiser voltar a ter participação de estrangeiros nesses projetos.
Muitas são as barreiras para a entrada de estrangeiros no mercado de infraestrutura, segundo informa a Folha de S. Paulo. O consultor do Senado Marcos Mendes apresentou trabalho em 2015 destacando centenas de pequenas regras que dificultam que empresas de fora concorram com as companhias nacionais.
Para o diretor-geral para o Brasil do Banco Mundial, Martin Raiser, os problemas não finam aí. As faltas de planejamento, de bons projetos e de financiamentos de bancos privados são os principais inibidores de novos entrantes nesse mercado.
Raiser diz que o BM é “pequeno” para ajudar no desenvolvimento da infraestrutura no Brasil, pois tem somente R$ 10 bilhões para financiar projetos nos próximos anos. No entanto, segundo ele, o órgão pode auxiliar no que ele acredita ser o problema que mais afasta estrangeiros: projetos de má qualidade. Para o executivo, o nível dos projetos apresentados no país é “abaixo do básico”, o que torna impossível calcular riscos reais.
Para as empresas nacionais, esses riscos são gerenciados maneira facilitada porque elas já sabem como negociar com os governos.
As empresas estrangeiras ainda enfrentam um outro problema. Por terem poucas obras no país, ao parar uma, não conseguem realocar máquinas e equipes em outros empreendimentos, o que é feito normalmente pelas concorrentes nacionais.
Na semana passada, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), entidade que reúne centenas de integrantes do setor, lançou um guia de ética e boas práticas com o qual orienta empresas a não entrar em licitações com projetos malfeitos e que denunciem quando isso acontecer.
O Procee, do Banco Mundial, acredita que aumentando a competição, mais eficazmente se reduziria a corrupção e formação de cartéis, que ocorrem em todo o mundo.