Bolsonaro diz que fim de inquérito da PF mostra que Moro é traíra e mentiroso
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Os investigadores também descartaram uma possível denunciação caluniosa de Moro por acusar o presidente de interferência na PF e iniciar uma das principais crises do atual governo.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (31) que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro é “traíra” e “mentiroso”. A declaração ocorre após a Polícia Federal ter concluído não haver indícios de que Bolsonaro, ao trocar o comando da corporação, interferiu para proteger aliados e familiares.
“Sergio Moro: além de traíra é mentiroso”, disse Bolsonaro, durante sua live semanal.
Os investigadores também descartaram uma possível denunciação caluniosa de Moro por acusar o presidente de interferência na PF e iniciar uma das principais crises do atual governo.
No relatório, a PF afirma que em dois anos de apuração “nenhuma prova consistente” da interferência de Bolsonaro foi encontrada e que todas “as testemunhas ouvidas foram assertivas em dizer que não receberam orientação ou qualquer pedido, mesmo que velado, para interferir ou influenciar investigações”.
Em abril de 2020, Moro pediu demissão do Ministério da Justiça e depois acusou o presidente de tentar interferir de forma indevida na Polícia Federal.
Na quarta-feira (30), Moro reagiu à decisão da PF de encerrar a apuração.
“A Policia Federal produziu um documento de 150 páginas para dizer que não houve interferência do presidente na PF. Mas certamente, as quatro trocas de diretores da PF falam mais alto do que as 150 páginas desse documento”, disse Moro no Twitter.
Uma das provas apresentadas por Moro e citadas no relatório da PF são as mensagens enviadas pelo presidente em que ele fala da intenção de tirar Maurício Valeixo da direção da corporação e indicar Alexandre Ramagem, amigo da família presidencial que depois seria nomeado diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
Em 22 de abril de 2020, Bolsonaro diz ao então ministro da Justiça: “Moro, o Valeixo [então diretor da PF] sai essa semana”, “Isto está decidido”, “Você pode dizer apenas a forma”, “A pedido ou ex oficio”.
Em resposta, Moro diz: “Presidente sobre esse assunto precisamos conversar pessoalmente, estou ah [sic] disposição para tanto”.
No mesmo dia, o presidente manda a Moro um link de texto do site O Antagonista, com o título: “PF na cola de 10 a 12 deputados bolsonaristas”. Moro responde: “Isso eh fofoca. Tem um Dpf [Delegado de Polícia Federal] atuando por requisição no inquérito da fake News e que foi requisitado pelo Min Alexandre [de Moraes]”.
Bolsonaro, no dia seguinte, encaminha o mesmo link da reportagem e diz: “Mais um motivo para a troca”.
Segundo relatório do delegado Leopoldo Soares Lacerda, Bolsonaro não cometeu um ato contrário à lei ao pedir a troca do diretor-geral da corporação a Moro porque cabe ao presidente escolher a equipe ministerial e também os chefes vinculados aos ministérios.
“Constam nos autos informações de que a relação entre o Presidente da República e o delegado de polícia federal Ramagem, nomeado como dirigente máximo da PF, iniciou-se no final da campanha presidencial por razões profissionais e assim foi mantida”, disse o delegado.
Nesta quinta, Moro afirmou abrir mão, “neste momento”, de sua pré-candidatura à Presidência após ter decidido sair do Podemos e assinado ficha de filiação à União Brasil, em São Paulo.
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