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Bolsonaro usa vídeos antigos e fake news como ‘prova’ de fraude na urna


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Bolsonaro usa vídeos antigos e fake news como ‘prova’ de fraude na urna

Bolsonaro dedicou os primeiros 40 minutos da live para atacar adversários petistas e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, com perguntas retóricas e ventilar teorias conspiratórias


As “provas” de fraude nas urnas eletrônicas que o presidente Jair Bolsonaro prometeu apresentar, nesta quinta-feira, 29, foram uma mistura de fake news, vídeos descontextualizados que circulam há anos na internet e análises enviesadas sobre números oficiais da apuração dos votos.

Na transmissão semanal feita para as redes sociais, Bolsonaro e um “analista de inteligência” levado por ele para exibir vídeos e recortes não apresentaram nenhuma prova de que os resultados de 2014 ou 2018 poderiam ter sido fraudados.

Bolsonaro dedicou os primeiros 40 minutos da live para atacar adversários petistas e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, com perguntas retóricas e ventilar teorias conspiratórias.

“É justo quem tirou Lula da cadeia, quem o tornou elegível, ser o mesmo que vai contar o voto numa sala secreta no TSE?”, perguntou.

Quando o analista prosseguiu à apresentação das supostas provas, a primeira “denúncia” foi um vídeo amplamente desmentido por serviços de checagem que circula na internet desde 2018.

Na gravação, um homem se apresenta como desenvolvedor de sistemas e apresenta um “simulador simplificado da urna eletrônica”. O programa que ele mostra no computador não guarda qualquer relação com o sistema usado pelo TSE desde 1996 e aperfeiçoado periodicamente.

A transmissão também usa vídeos aleatórios de apoiadores, em 2018, dizendo que as urnas não aceitavam o número que identificava Jair Bolsonaro. Na live, Bolsonaro não apresentou locais em que os casos teriam acontecido, tampouco se os casos foram devidamente apurados.

Outra estratégia do presidente foi lançar dúvidas sobre o ritmo da apuração dos votos de 2018 nas diferentes regiões do País. Segundo essa teoria, o ritmo dos votos que recebeu não poderiam sofrer alterações a partir do momento em que 53% das urnas estavam apuradas.

A alegação não faz sentido. A contabilização dos votos não é distribuída de maneira uniforme durante a apuração. Na live, Bolsonaro apresentou vídeos editados de analistas comentando a apuração dos votos.

O “analista” escalado por Bolsonaro também fez menção expressa a uma denúncia protocolada no TSE ainda em outubro de 2018 segundo a qual números apresentados no mesmo horário pelo TSE e pela GloboNews seriam diferentes. A Justiça Eleitoral já reiterou inúmeras vezes que as divergências se deram apenas por causa da velocidade da distribuição dos resultados para as emissoras de TV.

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Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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