Bonito e intenso, Rubens Caribé tornou marcantes seus poucos papéis na TV
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A doença estava controlada, mas um infarto -a mesma causa da morte de seu pai- o levou na manhã deste domingo, dia 5.
Em 1992, parecia que a TV brasileira havia ganho um novo galã. Até então conhecido apenas pelo público do teatro, Rubens Caribé causou um enorme impacto como o guerrilheiro Marcelo da minissérie “Anos Rebeldes”, da Globo. O personagem havia sido escrito especialmente para ele pelo autor Gilberto Braga.
“Rolou um teste e me chamaram do Rio. Foi na época em que eu estava no Grupo Ornitorrinco. Tínhamos acabado de estrear em Curitiba e eu não queria largar a companhia”, contou ele em entrevista ao Estado de S. Paulo, em julho de 1993. “Aí o Gilberto, que estava no meu teste junto com o Denis Carvalho, falou que ia escrever um papel menor para mim, porque queria que eu participasse. Acho que ele gostou dessa minha vibração meio tensa. Sou ansioso. Ele queria isso na minissérie”.
Bonito, com uma presença marcante em cena e uma formação teatral que incluía dança e canto lírico, Rubens era muito mais preparado que a imensa maioria dos jovens atores que se arriscam na televisão. Percebendo o talento que tinha em mãos, a Globo logo o escalou para dois projetos lançados em 1993: a minissérie “Contos de Verão” e a novela “Fera Ferida”.
Nesta última, escrita por Aguinaldo Silva, teve seu personagem mais lembrado até hoje: Guilherme Cerqueira Bentes, que disputava com o protagonista Raimundo Flamel, vivido por Edson Celulari, o amor de Linda Inês, papel de Giulia Gam. Depois de sequestrar sua ex-noiva, Guilherme era perseguido por Raimundo. Para não se entregar ao rival, preferiu se atirar de um penhasco.
Apesar desse sucesso inicial, Rubens não engatou carreira na Globo. Em parte, por causa de seu amor pelo palco, que não combinava com as longas diárias de gravação. Na segunda metade da década de 1990, atuou em produções no SBT, na Band e na Record. Só retornou em 1999 à emissora que o revelou para o grande público, fazendo participações especiais na série “Sandy & Junior” e na novela teen “Malhação”.
No ano seguinte, sua inquietude o levou a quebrar um tabu: posou nu para a “G Magazine”, voltada a homossexuais masculinos. Depois de alguns anos despindo apenas modelos anônimos, naquela época a revista já trazia nomes famosos para suas páginas.
A publicação dessas fotos eróticas causou uma certa comoção, mas o Brasil de então era bem menos careta que o de hoje. Se a carreira de Rubens Caribé não ganhou novo impulso por causa delas, tampouco sofreu maiores abalos.
Na primeira década deste século, sua presença na telinha foi se tornando mais rara, ao mesmo tempo em que emendava uma peça teatral na outra. De notável, Rubens teve personagens fixos na novela “A Pícara Sonhadora”, em 2001, e na série cômica “Meu Cunhado”, em 2005, ambas do SBT. Sua última aparição na Globo foi uma rápida participação na novela “Sete Pecados”, em 2007.
Rubens fez ainda menos TV nos últimos anos. Esteve no remake da novela “Uma Rosa com Amor”, do SBT, em 2010, e participou de um episódio da série “O Negócio”, da HBO, em 2014. Seu derradeiro personagem televisivo foi o dr. Afonso, o dono de uma construtora, na primeira temporada da série “Cidade Invisível”, lançada pela Netflix no começo de 2021.
Assim como aconteceu com muitos outros atores, a pandemia também deixou sua carreira em suspenso. Para complicar, nos últimos anos Rubens Caribé ainda lutava contra um câncer na língua. A doença estava controlada, mas um infarto -a mesma causa da morte de seu pai- o levou na manhã deste domingo, dia 5.
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