Briga por Senado em SP divide direita, e Janaina ataca Bolsonaro e troca farpas com Zambelli
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“Por que Bolsonaro quer um Senado de pau-mandado?”, questionou a deputada, que já foi aliada do chefe do Executivo e é uma das autoras do pedido de impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff (PT).
A deputada estadual Janaina Paschoal (PRTB), pré-candidata à vaga de São Paulo para o Senado neste ano, foi às redes sociais criticar o presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta interferência na disputa local. “Por que Bolsonaro quer um Senado de pau-mandado?”, questionou a deputada, que já foi aliada do chefe do Executivo e é uma das autoras do pedido de impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff (PT).
A postagem feita neste sábado, 7, no Twitter, ocorreu após a deputada federal Carla Zambelli (PL) começar articulações para disputar o cargo com o aval de Bolsonaro, na chapa do ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos). Tarcísio é pré-candidato ao governo do Estado neste ano.
Zambelli, também na rede social, afirmou que segue pré-candidata para mais um mandato na Câmara dos Deputados. A deputada, no entanto, criticou a postagem de Janaina e acenou com a possibilidade de entrar na disputa pelo cargo majoritário: “É por essas e outras que me pedem para considerar o Senado”. Ela acrescentou, ainda, que não se considera “pau mandado”, “mas gratidão não prescreve e lealdade ao Brasil deve estar acima de tudo”. Procurada, Zambelli não respondeu até a publicação deste texto.
Ao Estadão Janaina disse que, ao se referir sobre um “Senado de pau-mandado”, ela quis dizer que Bolsonaro foge da independência e busca priorizar parlamentares que o adulem. “Talvez esteja mais dizendo que ele foge da minha independência e se ilude, achando que os aduladores o blindam”, afirmou.
Janaina já foi aliada de Bolsonaro, inclusive foi cotada a vice na campanha de 2018. Ela foi eleita com mais de 2 milhões de votos e alcançou a maior votação para um parlamentar na história do Brasil. Zambelli integra a tropa de choque do presidente no Congresso. Enquanto a deputada federal se manteve fiel ao bolsonarismo, migrando para o PL, a parlamentar estadual já fez uma série de críticas ao governo e chegou a dizer que se arrepende de ter votado no presidente.
Aliado de Zambelli, o deputado estadual Gil Diniz (PL) criticou Janaina. “Impressionante a capacidade que você tem de tentar demonstrar uma certa independência que não sei a quem ajuda, senão ao teu próprio ego!”, afirmou. A deputada estadual replicou que não está pedindo aval ou apoio, mas que disse ser “muito estranha a insistência dele (Bolsonaro)” em inviabilizá-la ao Senado.
Apesar da discussão, Janaina afirmou, no Twitter, que a amizade com Zambelli continua e “nada vai mudar isso”. No entanto, reforçou sua disposição para disputar uma vaga no Senado. “Quero deixar algo bem claro: eu sou pré-candidata ao Senado, ainda que venham Carla, Moro, Datena, Skaf, Tício, Mévio e Caio!”.
Apoio
Ao Estadão Janaina afirmou que sua pré-candidatura ao Senado “não tem nada a ver com o presidente ou com o ministro Tarcísio”. Tanto que, segundo ela, se reuniu com o então ministro em novembro e insistiu para que ele se candidatasse ao governo do Estado. “Eu disse que ele deveria vir, que eu o apoiaria, como estou apoiando, independentemente de ele me apoiar”, disse.
A deputada estadual, no entanto, considera praticamente impossível contar com o apoio de Tarcísio ou Bolsonaro. “Essa sinalização de toda hora tentar lançar alguém, que o presidente vem fazendo – primeiro foi a ministra Damares, depois se juntou com Datena. Depois com Skaf, ou vice-versa. Agora tem tentado emplacar a Carla Zambelli – acho que são sinais que confirmam isso.”
Ainda assim, ela disse que voltará a estar ao lado de Bolsonaro nas eleições deste ano, mesmo que isso não seja recíproco. “Ou é ele ou é Lula. Temos saída? A tal terceira via morreu!”, acrescentou.
Disputas bolsonaristas
São Paulo não é o único Estado com disputas entre candidatos bolsonaristas ao Senado. No Distrito Federal, por exemplo,o Republicanos anunciou a pré-candidatura da ex-ministra Damares Alves ao cargo, que também será disputado por Flávia Arruda (PL), outra ex-ministra do presidente. Nos bastidores, o movimento é visto como pressão para Flávia ceder a vaga da primeira suplência de sua chapa para o Republicanos.
O Rio de Janeiro é outro exemplo. Enquanto o PTB quer lançar Daniel Silveira ao Senado, o ex-jogador Romário (PL), que ocupa a cadeira atualmente, já afirmou que ele é o candidato de Bolsonaro.
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