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Cadeirada, vaivém das pesquisas e laudo falso; relembre a campanha de SP em 8 momentos

Segundo o Datafolha, há um empate triplo na liderança, entre Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB)

A eleição à Prefeitura de São Paulo teve momentos marcantes na campanha do primeiro turno, que se encerra neste domingo (6). Segundo o Datafolha, há um empate triplo na liderança, entre Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB).

Relembre alguns dos principais episódios da campanha municipal paulistana:
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DEBATES QUENTES

Provocativo e agressivo, o influenciador Pablo Marçal ensejou um clima bélico nos debates eleitorais, que se multiplicaram nesta campanha -foram 11 no primeiro turno- e ficaram marcados por troca de farpas, ataques, advertências, direitos de resposta e até expulsões.

Em um deles, o ex-coach provocou o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) empunhando uma carteira de trabalho contra ele. Em duas ocasiões, discussões escalaram para agressões físicas. A balbúrdia levou a modificações na organização, com regras mais rígidas e reforço na segurança.

CADEIRADA

Durante o debate da TV Cultura, em setembro, José Luiz Datena (PSDB) agrediu Marçal com uma cadeira. O episódio aconteceu após de uma sequência de provocações do ex-coach, que resgatou uma acusação de assédio sexual contra Datena -o caso foi arquivado pois o prazo para denúncia foi prescrito.

Antes da agressão, Marçal chamou o jornalista de arregão e disse que ele não era nem “homem para ter coragem de fazer isso [bater]”. Nesse momento, Datena arremessou duas vezes uma banqueta no influenciador. O debate foi interrompido, o apresentador foi expulso e o ex-coach saiu, alegando dores.

A campanha de Marçal registrou um boletim de ocorrência contra o apresentador e o influenciador teve, segundo o Hospital Sírio-Libanês, um traumatismo na região do tórax e no punho direito.

SOCO

Na semana seguinte à cadeirada, Marçal foi expulso no minuto final debate do grupo Flow após descumprir reiteradas vezes as regras. Na sequência, seu assessor Nahuel Medina desferiu um soco no marqueteiro de Ricardo Nunes (MDB), Duda Lima.

Duda teve descolamento do vítreo (parte do olho) e pediu na Justiça uma medida protetiva contra Nahuel, que foi aceita. Já Marçal afirmou que o assessor não teve inteligência emocional, mas argumentou que foi legítima defesa e que Duda teria agredido Nahuel primeiro, o que não foi confirmado.

DROGAS

Marçal afirmou no início da campanha, sem apresentar prova, que dois de seus concorrentes seriam usuários de cocaína. Depois passou a mirar Boulos, atacando-o com gírias e provocações.

O candidato do PSOL foi à Justiça contra as insinuações e obteve tanto ordens para que o influenciador apagasse conteúdos quanto direitos de resposta. A Folha de S.Paulo revelou em agosto que a acusação contra Boulos era feita com base no processo judicial de um homônimo, mas mesmo assim Marçal não recuou.

Nunes chegou a fazer um exame toxicológico para provar que não consome drogas. Boulos, que disse jamais ter consumido cocaína, mas admitiu ter experimentado maconha, também se submeteu ao exame e mostrou o resultado no dia do debate da TV Globo.

Na sexta-feira (4), Marçal divulgou um laudo falso associando o deputado ao uso de cocaína, o que levou a campanha do PSOL a pedir a prisão do rival, que foi negada, e a Justiça a suspender o perfil de Marçal no Instagram por 48 horas -ele criou um novo. Aliados e adversários de Boulos repudiaram a ação do influenciador.

VAIVÉM DAS PESQUISAS

O acirramento do cenário se refletiu nas pesquisas de intenção de voto, sem que houvesse um favorito claro até a reta final e com indícios de que a disputa provavelmente irá para o segundo turno.

No fim de agosto, Marçal cresceu sete pontos em duas semanas e chegou pela primeira vez ao empate técnico com Nunes e Boulos, preocupando adversários. O crescimento foi puxado pelo avanço do autodenominado ex-coach entre os eleitores de Jair Bolsonaro (PL), ultrapassando Nunes, candidato oficial do ex-presidente.

LULA E BOLSONARO AUSENTES

Apesar da expectativa de que a eleição girasse em torno da repetição da polarização entre Lula (PT) e Bolsonaro vista na eleição de 2022, sobretudo pelos esforços do atual presidente e da fala de que a disputa paulistana seria “uma confrontação direta” entre ele “e a figura”, a realidade foi outra.

Lula foi menos presente na cidade do que a própria campanha de Boulos esperava. Desmarcou a presença em um dia de atos e adiou uma live, o que foi atribuído a compromissos da agenda. O presidente esteve em apenas dois comícios, no dia 24 de agosto, mas apareceu nas propagandas.

Bolsonaro também foi um padrinho ausente de Nunes, que era seu candidato oficial. O ex-presidente disse que o prefeito não era seu “candidato dos sonhos”, mas indicou o vice na chapa e manteve uma relação de morde e assopra com Marçal.

LATIFÚNDIO NA TV

Nunes conseguiu reunir, com sua coligação formada por 12 partidos, a segunda maior já formada, condições para ter proporcionalmente a maior fatia da propaganda eleitoral da história da cidade, com 65% dos blocos de 10 minutos, ou 6 minutos e 30 segundos.

Trata-se do maior tempo disponível para um único candidato em todas as 11 disputas em São Paulo no atual período democrático. Caso passe para o segundo turno, a campanha viverá uma situação inédita: seu tempo de TV, com cinco minutos, diminuirá.

7 DE SETEMBRO

O protesto de 7 de Setembro convocado por Bolsonaro na avenida Paulista foi marcado por um Nunes escondido em meio ao carro de som e a chegada de Marçal já ao fim do evento. O influenciador afirmou ter sido barrado no carro de som, mas foi ovacionado pelo público.

Entre parte dos bolsonaristas, porém, foi criticado por usar o ato, que pedia impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, para tirar proveito e “lacrar”. Os cortes para as redes sociais do candidato do PRTB, no entanto, estavam garantidos.

|IDNews® | Folhapress | Beto Fortunato |Via NBR | Brasil

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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